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Pilotos pedem que grades sejam colocadas no acesso à cabine do avião

Segundo associação, preocupação existe desde o atentado de 11 de setembro

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Carlos Martins
Aeroin

A maior associação de pilotos de linha aérea do mundo está com receio dos passageiros e da escalada na quantidade de casos de indisciplina a bordo, a ponto de pedir uma grade para proteção extra da cabine de comando.

A preocupação vem da Alpa (Airline Pilots Association), que representa 59 mil pilotos norte-americanos e é a maior entidade sindical de pilotos no mundo.

Ela afirma que há, desde o atentado terrorista de 11 de setembro de 2001, uma preocupação sobre a questão do acesso à cabine de comando.

Agora, além da porta blindada já existente, a associação pede que uma segunda barreira seja colocada, no corredor de acesso à cabine, mas antes do acesso ao banheiro, permitindo uma maneira segura dos pilotos fazerem suas necessidades fisiológicas sem o risco de intrusos.

A ideia de colocar uma grade não é nova, ela foi levantada em 2017 e já é utilizada por duas empresas aéreas de grande porte, que não foram citadas pela ALPA e não ficam nos EUA.

A Airbus e a Boeing já ofereceram este opcional em seus aviões, mas poucas empresas utilizam, seja pelo custo adicional assim como pela usabilidade no dia-a-dia e o diminuto risco real associado à invasão durante a ida dos pilotos ao banheiro —lembrando que o outro piloto permanece trancado na cabine enquanto seu colega está ausente.

Uma outra preocupação colocada pela ALPA mostra que a entidade não se refere apenas a passageiros pagantes, mas também aos voos de carga com passageiros a trabalho.

A associação cita de forma clara que é necessário ter estas barreiras em voos cargueiros, principalmente durante o transporte de animais.

Segundo a ALPA, as pessoas que acompanham os animais vivos em voos carguerios não são funcionários das empresas aéreas e por serem, na maioria das vezes, estrangeiros, fica difícil avaliar seu histórico criminal antes do embarque.

“Isto cria um risco significante aos voos cargueiros e à sua tripulação, já que não estão protegidos nesta situação”.

A preocupação tem outra base não citada, que é a não presença de um comissário e de outros passageiros.

Sem um agente de segurança como o comissário, fica mais “convidativo” para que um criminoso tente entrar na cabine. Assim, ele está ali sozinho ou com poucas pessoas e a chance de ser impedido é menor.

A ideia da ALPA agora é levar o projeto para o Congresso, através de assinaturas de seus milhares de pilotos, para que, no futuro, se torne lei a exigência ter essa barreira secundária.

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