Startups criam apps para flexibilizar vale-transporte e alimentação

Com crescimento do home office, novas empresas esperam que benefícios sejam mais flexíveis

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São Paulo

Em tempos de home office, com menos deslocamentos e mais refeições em casa, startups querem conquistar espaço com ferramentas que permitam que funcionários tenham mais flexibilidade no uso de benefícios como vale-alimentação e vale-transporte.

O objetivo é ganhar uma fatia do mercado que está nas mãos das grandes empresas que fornecem os benefícios e possuem vasta rede credenciada de aceitação. Para isso, prometem uma opção mais atualizada ao novo normal do mercado de trabalho.

"No home office, você vai menos em restaurantes e sobra dinheiro no vale-alimentação, não precisa tanto de benefício para compra de combustível, então pode usar esse dinheiro que sobra para pagar sua conta de internet", diz Eduardo del Giglio, sócio da startup Caju.

O aplicativo da startup permite que o funcionário distribua os benefícios entre oito diferentes categorias, que funcionam como contas separadas. Entre elas estão educação, home office e cultura.

Eduardo Del Gilgio, sócio da startup Caju, que tem parceria com a Visa para oferecer os cartões de benefícios - Karime Xavier/Folhapress

A empresa que contrata a startup pode escolher regras para transferência dos benefícios entre contas. Ela poderia decidir, por exemplo, que R$ 100 depositados na conta de saúde não podem migrar para nenhuma outra categoria. As travas também servem para manter os valores mínimos que precisam ser dados para cada tipo de benefício seguindo acordos com sindicatos, diz o empresário.

Del Giglio diz que seu serviço, lançado em janeiro de 2020, é adotado por 1.800 empresas com 110 mil funcionários. A startup levantou US$ 2,5 milhões em investimento de grupos como Valor Capital e Canary.

A Caju não possui rede de estabelecimentos credenciados para receber pagamentos feitos com o benefício. Em vez disso, oferece um cartão com a bandeira Visa. O sistema da startup reconhece o tipo de loja em que a pessoa tenta usá-lo para avaliar se há dinheiro disponível na categoria correspondente.

Raphael Machioni, sócio da empresa Vee, que também oferece o gerenciamento de benefícios flexíveis, diz que a pandemia acelerou o crescimento do modelo.

Segundo ele, em 2020, houve grande migração dos benefícios para a compra de equipamentos para o trabalho em casa. Agora, o momento é de transferência para gastos em cultura, principalmente serviços de streaming. A companhia fornece cartões da bandeira Mastercard para seus clientes.

Em fase de testes de um novo produto para esse mercado, a startup SeuVale planeja que os benefícios gerenciados por seu aplicativo sejam gastos via Pix. "A cada dia mais empresas se preparam para receber desta forma, então não precisamos formar rede credenciada para funcionar", diz Paulo Fonseca, sócio da empresa.

O empresário diz que a startup não irá cobrar taxas dos restaurantes e lojas que receberem via seu serviço. Em vez disso, o plano é ganhar cobrando das empresas que usam a ferramenta da startup para conceder benefícios.

Fonseca afirma que a tecnologia da empresa permite a quem oferece o benefício definir até um estabelecimento específico em que o dinheiro pode ser gasto. Serve para que uma empresa ofereça um jantar em determinado restaurante a um funcionário que se destacou, por exemplo.

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