Crescimento econômico dos EUA vem mais fraco do que o esperado

PIB no 2º trimestre cresceu 6,5% em base anualizada; projeção era de 8,5%

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James Politi Mamta Badkar
Financial Times

O crescimento econômico dos Estados Unidos subiu ligeiramente no segundo trimestre, para 6,5% em base anualizada, uma alta inferior à esperada, porque o consumo forte foi contrabalançado por investimento privado hesitante.

Os dados anunciados pelo Departamento do Comércio americano nesta quinta-feira (29) ficaram aquém da projeção de 8,5% de crescimento anualizado da maioria dos economistas, e se comparam ao crescimento de 6,3% no primeiro trimestre.

A alta do PIB (Produto Interno Bruto) no segundo trimestre, alimentada em parte pelo pacote de estímulo de US$ 1,9 trilhão do presidente Joe Biden, levou a produção dos Estados Unidos de volta ao seu nível anterior à pandemia pela primeira vez desde que a Covid-19 irrompeu.

O crescimento do PIB foi de 1,6% com relação ao trimestre anterior, tomando por base o padrão de mensuração usado por outras grandes economias.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden - Leah Millis - 13.jul.21/Reuters

Escassez de mão de obra, desequilíbrio nas cadeias de suprimentos e inflação foram todos identificados como fatores que podem ter pesado sobre a atividade econômica, além do ressurgimento da Covid-19 em certas regiões do país, embora o consumo venha sendo forte.

O consumo pessoal foi o componente mais robusto no crescimento do PIB, crescendo em ritmo anualizado de 11,8%, ante 11,4% no trimestre anterior. Mas o investimento privado nacional caiu em3,5% no trimestre, arrastado pela queda no investimento imobiliário novo.

Os dados também destacam a alta da inflação. O índice PCE de gastos de consumo pessoal subiu em 6,4%, ante os 3,8% de crescimento do primeiro trimestre, e o índice PCE subjacente, que exclui preços voláteis como os dos alimentos e energia, cresceu em 6,1%, ante 2,7% no primeiro trimestre.

Funcionários do governo Biden expressaram preocupação sobre a variante delta do coronavírus, altamente transmissível, e seu efeito sobre a economia.

O Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, afirmou na quarta-feira (28) que “a trajetória da economia continua a depender do percurso do vírus”. E nas últimas semanas, autoridades locais e federais redobraram esforços por intensificar a vacinação entre as pessoas que hesitam em receber vacinas.

O CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças) americano recuou quanto à sua instrução sobre uso de máscaras por pessoas vacinadas, esta semana, e diversos governos estaduais e municipais, além de empregadores como o Google, adotaram normas de vacinação compulsória ou impuseram exames semanais aos trabalhadores que estejam retornando aos locais de trabalho.

“A parte mais vulnerável da economia a uma nova onda da Covid-19 são os serviços, especialmente as atividades de lazer”, afirmaram Stephen Juneau e Anna Zhou, economistas do Bank of America, em nota de pesquisa.

Eles acautelaram que, se as restrições da pandemia retornarem e os gastos com serviços caírem, é improvável que o boom no consumo de produtos compense o declínio, com o fim dos pagamentos de estímulo.

O rendimento sobre a nota de 10 anos do Tesouro americano, que girava em torno de 1,27% antes, sofreu queda de 0,01 ponto percentual, para 1,249%.

Traduzido originalmente do inglês por Paulo Migliacci

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