Descrição de chapéu Financial Times

Presidente-executivo da BlackRock alerta sobre inflação nos EUA e reajusta salários

Ativos da gestora bateram recorde de US$ 9,5 trilhões

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Michael Mackenzie
Financial Times

O executivo-chefe da BlackRock, Larry Fink, advertiu que os Estados Unidos devem se preparar para um período de inflação mais alta, enquanto a maior gestora de ativos do mundo deu à maioria de seus funcionários um aumento salarial de 8%.

A previsão veio um dia depois de os números mostrarem que o índice de preços ao consumidor nos EUA subiu em junho no ritmo mais rápido em mais de uma década, aumentando as preocupações de que a economia pode estar superaquecendo.

"Estamos acostumados a uma inflação abaixo de 2%", disse Fink, que não descartou que a inflação fique acima de 3% graças a uma combinação de aumento dos custos de energia, interrupções na cadeia de suprimentos global e o foco do Federal Reserve —banco central dos Estados Unidos— no crescimento dos empregos.

"Em conversas com líderes empresariais, eles estão vendo preços de commodities mais altos e alguns estão aumentando seus preços e salários", disse Fink ao Financial Times.

Homem branco gesticula
Larry Fink, presidente-executivo da BlackRock - Lucas Jackson - 8.fev.17/Reuters

A BlackRock anunciou o aumento do salário-base para todos os funcionários, incluindo o nível de diretor, juntamente com ganhos no segundo trimestre que superaram confortavelmente as expectativas dos analistas.

Aproveitando a recuperação nos mercados de ações, os ativos da BlackRock sob gestão subiram para um recorde de US$ 9,5 trilhões. As receitas aumentaram 32%, para US$ 4,8 bilhões, superando as expectativas de US$ 4,6 bilhões, graças ao forte crescimento orgânico e taxas de desempenho mais altas.

O lucro líquido subiu 14%, para US$ 1,38 bilhão, enquanto o lucro ajustado por ação ficou em US$ 10,03, superando os US$ 9,48 esperados por Wall Street.

Fink disse que a decisão de aumentar a remuneração básica para quase 95% de seus 16.500 funcionários refletiu um desejo de compartilhar os benefícios do crescimento do grupo, mais que uma reação às pressões inflacionárias mais amplas que a equipe pode estar enfrentando. O aumento entrará em vigor em setembro.

O boom que a BlackRock está desfrutando foi salientado por sua margem operacional, que subiu para 40,1% no trimestre, de 38,5% um ano atrás.

Embora os ativos sob gestão tenham estabelecido um novo recorde, as entradas líquidas de US$ 81 bilhões nos três meses até o final de junho encerraram uma sequência de quatro trimestres em que chegaram a US$ 100 bilhões.

Os fluxos de investimento de longo prazo, uma métrica que exclui o gerenciamento de caixa, chegaram a US$ 60 bilhões, bem perto dos US$ 94 bilhões esperados pelos analistas. Um cliente fundo de pensão dos EUA retirou US$ 58 bilhões de um # mandato de índice de ações durante o trimestre.

"Embora a perda de clientes de previdência pesasse no fluxo geral, as tendências subjacentes eram sólidas", disse Kyle Sanders, analista da Edward Jones.

Wall Street continua otimista sobre as perspectivas de crescimento de longo prazo da BlackRock, dada a liderança substancial que tem sobre seus rivais em ETFs e serviços de tecnologia por meio de sua plataforma Aladdin. Assim como os concorrentes, o grupo tem em vista o boom de investimentos ambientais, sociais e de governança.

Os ativos da franquia iShares da BlackRock subiram além de US$ 3 trilhões pela primeira vez em maio. As entradas líquidas no trimestre atingiram US$ 75 bilhões, contra US$ 51 bilhões no ano anterior. A gestora de ativos disse aos investidores em junho que espera que o atual mercado global de ETFs de US$ 9 trilhões alcance US$ 15 trilhões em 2025.

A China continua sendo outra área importante de crescimento em longo prazo para o grupo, à medida que Pequim abre o país para gestores de fundos estrangeiros.

A BlackRock obteve aprovação para operar como administradora de patrimônio, em uma joint venture com o China Construction Bank e o fundo estatal de Singapura Temasek durante o trimestre. No mês passado, ela se tornou a primeira administradora de ativos estrangeiros a obter aprovação para lançar um negócio de fundo mútuo de propriedade integral na China.

"A BlackRock investiu na região e passou um tempo construindo relacionamentos que a ajudarão a se tornar uma grande gestora de ativos na China", disse Craig Siegenthaler, analista do Credit Suisse.

As ações da BlackRock, que fecharam em alta recorde nesta semana, caíram 4% no pregão de Nova York. As ações subiram 21% neste ano, ultrapassando o ganho de 16,7% do S&P 500.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.