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Virgin Galactic pretende enviar um turista ao espaço por dia, diz presidente

Michael Colglazier não revelou um cronograma para a companhia aumentar suas operações comerciais

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Richard Waters
Spaceport America | Financial Times

O executivo-chefe da Virgin Galactic revelou o objetivo de levar turistas à borda do espaço em um ritmo de mais de um voo por dia, enquanto a companhia de capital privado visa capitalizar o bem-sucedido voo de teste de seu fundador, Richard Branson, no último domingo (11).

No entanto, Michael Colglazier, que assumiu o comando da Virgin Galactic há um ano, não revelou um cronograma para a companhia aumentar suas operações comerciais, e admitiu que ela enfrenta grandes obstáculos para se expandir em curto prazo. "Eu acho que por enquanto será um negócio de oferta muito restrita", disse ele.

O voo de teste de Branson no domingo ocorreu nove dias antes do de Jeff Bezos a bordo de um foguete de sua companhia espacial privada, a Blue Origin.

Espaçonave da Virgin Galactic que carregou Richard Branson e tripulação - Virgin Galactic/Handout via Reuters

O pontapé poderá dar à Virgin Galactic publicidade extra valiosa enquanto ela tenta construir a primeira empresa de turismo espacial comercial, com mais dois testes neste ano antes de transportar passageiros pagantes em 2022.

Em entrevista ao Financial Times, Colglazier disse que a empresa pretende substituir sua espaçonave protótipo atual por duas novas no próximo ano, que são projetadas para ter manutenção mais fácil, permitindo intervalos menores entre voos. Ela também planeja saltar para a produção em grande escala de uma futura versão da espaçonave, que será construída tendo em mente a facilidade de manutenção, acrescentou ele.

"Em cada espaçoporto teremos como meta cerca de 400 voos por ano", disse Colglazier. "Estou esperando números de um dígito a dois dígitos baixos de espaçonaves [em cada local] para alcançar números como esse."

A Virgin Galactic disse na segunda-feira (12) que pretende captar até US$ 500 milhões vendendo novas ações para financiar o desenvolvimento de sua frota de espaçonaves e para outros fins corporativos. A notícia fez a ação da companhia cair mais de 10% no pregão da manhã.

Depois do teste de êxito no fim de semana, a companhia também buscaria expandir suas operações em sua primeira base no Novo México, "encontrar outros espaçoportos em todo o mundo e começar a levar isto para outros lugares", disse o executivo.

No entanto, com espaço para apenas quatro passageiros em cada voo, a Virgin Galactic enfrenta séria falta de assentos em curto prazo. Mais de 600 pessoas já pagaram adiantado cerca de US$ 130 mil cada (R$ 682 mil) pela oportunidade de voar em uma de suas espaçonaves, enquanto outras mil fizeram depósitos de US$ 1.000.

Branson deveria ir ao espaço mais tarde neste verão (no hemisfério norte), mas antecipou seus planos de voo no mês passado, dias depois que Bezos anunciou a data de sua viagem ao espaço. Colglazier negou que Branson esteja numa corrida com Bezos. Em vez disso, segundo ele, Branson mudou seus planos porque não havia mais necessidade de um segundo voo para testar a experiência do cliente na companhia —o papel oficial atribuído a ele nos testes.

Referindo-se à enorme publicidade provocada pelos comunicados rápidos que pareciam colocar Branson e Bezos em disputa, ele disse: "A história mais saborosa parecia ser a de uma corrida espacial de bilionários. Não era".

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