VTEX dispara em IPO nos EUA e prevê América Latina liderando próximas fases do ecommerce

Co-presidente-executivo da companhia diz que mesmo com a pandemia ainda há baixa penetração do comércio eletrônico na região

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Aluísio Alves
São Paulo | Reuters

A VTEX chegou a disparar mais de 30% em sua estreia na Bolsa de Nova York nesta quarta-feira (21), com o grupo brasileiro prevendo que a América Latina será líder nas próximas etapas do comércio eletrônico, como live commerce e vendas por meio de canais de mensagens, como o WhatsApp.

"As vendas por canais de mensagem e live commerce vão acelerar antes na América Latina", disse à Reuters o cofundador e co-presidente-executivo da companhia, Geraldo Thomaz, em entrevista por telefone.

Grandes marketplaces no Brasil, incluindo Magazine Luiza e Americanas, já vêm expandindo iniciativas de live commerce, no qual consumidores interagem ao vivo com vendedores, comprando durante as transmissões.

A VTEX —empresa brasileira mais recente a acessar as bolsas dos EUA, após nomes como XP, PagSeguro e Stone —foi precificada a US$ 19 por ação, acima da faixa estimada no IPO (oferta inicial de ações), de US$ 15 a US$ 17, levantando 361 milhões.

Geraldo Thomaz e Mariano Gomide de Faria, co-presidentes-executivos da VTEX Brasil, tocam o sino de abertura para comemorar o IPO da empresa na Bolsa de Valores de Nova York - Brendan McDermid - 21.jul.21/Reuters

Isso lhe deu uma avaliação de US$ 4,7 bilhões, e subia ainda mais nesta quarta, com a ação avançando 24% às 14h40 (horário de Brasília), para US$ 23,60, após ter chegado a subir mais de 30%.

Segundo Thomaz, mesmo após um salto provocado pelos efeitos da pandemia da Covid-19, a América Latina ainda tem uma baixa penetração do comércio eletrônico e a VTEX deve ter na região o foco de seu crescimento nos próximos anos, embora já esteja abrindo mais escritórios na Europa e nos EUA.

Fundada no ano 2000, a VTEX ajuda empresas a executarem estratégias de comércio digital ao montar lojas online e tem clientes em mais de 30 países, incluindo Sony, Nestlé e McDonald's. Por meio de sua plataforma, clientes venderam quase US$ 8 bilhões no ano passado.

Thomaz indicou que, diferente da maioria dos IPOs recentes, a VTEX não tem como foco usar os recursos da captação para fazer grandes aquisições, nem para ampliar suas áreas de atuação.

"A grande estratégia nossa não é comprar empresas grandes", disse o executivo. "Compramos muito poucas empresas durante nossa trajetória e não vamos mudar agora."

Em vez disso, a empresa, que já tinha entre os investidores nomes como Softbank, Constellation e Gávea, planeja usar a listagem na Nyse (Bolsa de Nova York) como vitrine para captar talentos. Hoje, a VTEX tem cerca de 1,3 mil funcionários e ampliar a atuação para novas regiões.

"Temos times modestos na Europa e nos EUA, mas nossa ambição é global", disse Thomaz. "Estamos plantando sementes de crescimento e espero que a listagem impulsione atração de talentos de alto nível."

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