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BB fecha 391 agências no primeiro semestre e supera plano de enxugamento para o período

Plano anunciado em janeiro previa o fechamento de 112 agências; banco deve continuar a revisar estruturas

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São Paulo

​Depois de manter o plano de demissão voluntária e o de fechamento de agências que deu início à saída de seu antecessor, o atual presidente do Banco do Brasil, Fausto Ribeiro, afirmou que a expectativa é de continuidade da revisão de sua rede de pontos de atendimento no segundo semestre deste ano.

Só o número de agências fechadas no banco no primeiro semestre alcançou 391 unidades –mais que o triplo das 112 agências previstas pelo plano do agora ex-presidente do BB André Brandão anunciado no início deste ano.

No total, o BB diminuiu sua rede própria para 11.768 pontos de atendimento, uma redução de 10,8% em relação a igual período de 2020. Em relação ao observado em dezembro do ano passado, a queda foi de 2,6%.

O quadro de funcionários do banco também diminuiu no período, para 85.518 trabalhadores –uma redução de 7,5%.

BB fecha 391 agências no ano até junho
BB fecha 391 agências no ano até junho - Amanda Perobelli - 24.mar.2020/Reuters

Os números superam o plano de reestruturação anunciado pelo ex-presidente da instituição André Brandão em janeiro deste ano —e que foi o impulsionador da saída de Brandão da gestão do banco, em março.

O enxugamento inicial previa uma otimização de 870 pontos de atendimento. Essa otimização incluía o fechamento de unidades, a transformação de agências tradicionais em modelos mais enxutos e postos de atendimento e a criação de estruturas especializadas.

Desse total, 361 unidades deveriam ser desativadas no primeiro semestre –entre agências, postos de atendimento e escritórios. O plano também previsa a transformação de 243 agências em postos de atendimento e contava com e a criação de 28 novas unidades de negócio.

Segundo o atual presidente do BB, Fausto Ribeiro, a continuidade à reorganização proposta por Brandão aconteceu porque o plano já havia sido aprovado pelo conselho administrativo e passado por todo o processo de governança corporativa do banco.

“No caso das agências a decisão já tinha sido tomada e a maior parte delas estava em fase final de desmonte e de desativação. O que fizemos basicamente foi dar continuidade às decisões que estavam sendo tomadas”, disse.

A estratégia de remodelagem da rede de pontos de atendimento do Banco do Brasil surgiu como uma tentativa de reduzir custos.

O movimento, segundo Ribeiro, continua para o segundo semestre. “A nossa rede de agências é dinâmica e requer acompanhamento e remodelagem periódicos. É o cliente que determina seus terminais de atendimento e a frequência em que os usa”, disse.

“A revisão é constante e o trabalho, permanente. Estamos sempre atentos para manter nossos pontos economicamente viáveis.”

Os executivos do banco afirmam, ainda, que apesar do fechamento de agências, essa reorganização estrutural também prevê investimentos para os próximos meses.

Segundo o vice-presidente de negócios de varejo, Carlos Motta dos Santos, a instituição já abriu mais de 70 agências especializadas e mais de 120 Lojas BB+ (unidades sem guichê de caixa, voltadas para assessoria e relacionamento com clientes)

"Também fizemos um investimento significativo em escritórios. Isso é representativo. Essa reorganização vem como um cumprimento de uma decisão tomada na gestão anterior, mas ela é viva e dinâmica e também prevê que alguns pontos tenham estrutura menor e outros [pontos] tenham mais eficiência", afirmou.

O conjunto de medidas anunciado em janeiro por André Brandão foi motivo de desavenças entre o executivo e o presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

Segundo auxiliares do Palácio do Planalto afirmaram à Folha na época, Bolsonaro teria se irritado com o plano de enxugamento e chegou a cogitar a demissão de Brandão –o que não aconteceu por conta de uma intervenção que o ministro da Economia, Paulo Guedes, teria feito.

Em fevereiro, na divulgação de resultados do quarto trimestre de 2020 do banco, Brandão chegou a afirmar que as desavenças teriam sido apenas um problema de comunicação dos planos ao presidente e que, diante do anúncio, era natural que Bolsonaro se preocupasse em como o banco concretizaria esse plano de eficiência.

O clima de desânimo continuou e, em março, Brandão renunciou ao cargo de presidente do BB. Fausto Ribeiro, então presidente da BB Consórcios, foi indicado em seu lugar.

No segundo trimestre deste ano o banco reportou lucro de R$ 5,039 bilhões – aumento de 52,2% em relação a igual período de 2020. O resultado foi puxado pela redução de 49,8% nas reservas contra calotes e pelo aumento da carteira de crédito no período.

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