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China diz que EUA são 'império de hackers' e rebate ofensiva de assessor de Biden contra Huawei no 5G

Representantes do governo americano haviam citado preocupação com presença de asiáticos na rede

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Brasília

A embaixada da China no Brasil rebateu, neste sábado (7), as manifestações de representantes do governo americano que, após visita ao presidente Jair Bolsonaro, afirmaram haver preocupação dos Estados Unidos com a possível presença dos asiáticos na infraestrutura de 5G.

“Em relação ao 5G, os EUA continuam a ter fortes preocupações sobre o papel potencial da Huawei na infraestrutura de telecomunicações do Brasil, bem como em outros países ao redor do mundo”, afirmou na sexta-feira (6) Tobias Bradford, porta-voz da embaixada dos EUA. A declaração foi feita após visita do conselheiro de Segurança Nacional, Jake Sullivan, ao presidente brasileiro.

O principal objetivo de Washington com a ofensiva contra os chineses no setor é que o Brasil e outros países coloquem travas para impedir a Huawei de fornecer equipamentos para a tecnologia 5G. O governo brasileiro tem intenção de fazer o primeiro leilão de radiofrequências da tecnologia ainda neste ano.

A embaixada chinesa afirmou em nota que os ataques dos EUA são mal-intencionados e infundados e que têm real objetivo de difamar a China, cercear as empresas chinesas de alta tecnologia e preservar os “interesses egoístas da supremacia americana”.

Painel de loja com anúncio da marca chinesa de telecomunicações Huawei, que briga para ofertar 5G
Loja com anúncio da marca chinesa de telecomunicações Huawei - Nicolas Asfouri - 25.mai.20/AFP

“A esse tipo de comportamento que busca publicamente coagir os outros países na construção do 5G e sabotar a parceria sino-brasileira, manifestamos forte insatisfação e veemente objeção”, afirma a embaixada.

A embaixada defende a Huawei dizendo que a empresa já construiu mais de 1.500 redes de telecomunicação em 30 anos para mais de 170 países e territórios, atendendo a mais de um terço da população global.

“As soluções 5G da Huawei são avançadas e seguras, fato reconhecido pela maioria das operadoras do mundo”, afirma o texto. O comunicado afirma ainda que a Huawei tem boa cooperação com mais de 500 empresas brasileiras e fornece equipamentos a quase metade das redes de telecomunicação do país, atendendo a 95% da população brasileira.

Além disso, a embaixada aponta os EUA como o “maior império de hackers” do mundo dizendo que o país é que representa uma verdadeira ameaça à segurança cibernética global.

“Durante muito tempo, agências de inteligência dos Estados Unidos conduziram, em grande escala e de forma organizada e indiscriminada, atividades de vigilância e espionagem cibernéticas contra governos, até mesmo dos seus aliados, empresas e indivíduos estrangeiros, com graves violações da privacidade e da segurança de terceiros”, afirma.

Por fim, a embaixada afirma acreditar que o governo brasileiro não vá excluir os chineses de futuros contratos no setor.

“Acreditamos que o Brasil vai fornecer regras de mercado em sintonia com os parâmetros de transparência, imparcialidade e não discriminação para empresas chinesas e de qualquer outra nacionalidade, bem como continuar a manter um bom ambiente de negócios para a cooperação econômico-comercial sino-brasileira”, diz o texto.

O ministro das Comunicações, Fábio Faria, afirmou há menos de um mês que recebeu comunicado oficial do ministro Raimundo Carrero, do TCU (Tribunal de Contas da União), dizendo que a análise do órgão sobre o edital seria votada em 18 de agosto.

O TCU é responsável por analisar e aprovar o leilão. Após a votação no órgão, segundo o ministro, em até cinco dias o edital será encaminhado para a Anatel. A intenção é que, após um leilão ainda neste ano, o país comece a ter a tecnologia 5G no ano que vem.

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