Bolsa sobe 0,52% no dia em que PIB fica na contramão do esperado pelo mercado

Índice ficou atrativo com redução da expectativa de elevação dos juros nos EUA

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São Paulo

A Bolsa de Valores brasileira fechou com alta de 0,52%, a 119.395 pontos, nesta quarta-feira (1º), data em que a divulgação do PIB (Produto Interno Bruto) apontou decréscimo de 0,1% da economia no segundo trimestre, na comparação com o trimestre anterior.

O resultado do PIB veio na contramão do esperado pelo mercado, que projetava crescimento de 0,2%, segundo analistas consultados pela agência Bloomberg.

“A queda mostra que a atividade econômica perdeu o ritmo de recuperação após três trimestres consecutivos de alta”, diz Paloma Brum, analista de investimentos da Toro.

Apesar de acrescentar mais uma nota negativa ao já conturbado cenário econômico do país, a divulgação da retração da economia brasileira ocorre em um momento em que a Bolsa já está defasada em relação ao mercado externo, o que explica, em parte, a alta desta quarta, segundo Flávio de Oliveira, head de renda variável da Zahl Investimentos.

“Apesar dos riscos político, fiscal, a crise hídrica e agora o PIB abaixo do esperado, a Bolsa já vinha sofrendo nos últimos tempos, inclusive se descolando do exterior”, comenta Oliveira.

Na terça (31), a Bolsa havia recuado 0,80%, fechando com 118.781 pontos, encerrando agosto com uma queda acumulada de 2,48%.

Além de barato, o índice doméstico também foi beneficiado nesta quarta pela criação de empregos abaixo do esperado nos Estados Unidos, o que reforça a ideia de que o Fed (Federal Reserve, o Banco Central dos EUA) não elevará a taxa de juros tão cedo, beneficiando mercados emergentes como o brasileiro, segundo Rafael Ribeiro, analista da Clear Corretora.

O relatório ADP National Employment Report (pesquisa nacional de emprego da consultoria ADP), considerado uma prévia do Relatório de Emprego dos Estados Unidos, apontou que entre julho e agosto o país gerou 374 mil vagas.

“O mercado esperava algo próximo de 650 mil contratações, mas o resultado foi influenciado pela variante Delta do coronavírus”, afirma Ribeiro.

“O dado corrobora a tese do Fed de que a segunda onda afetou a economia e a expectativa de manutenção dos estímulos econômicos, o que favorece o apetite por risco”, diz.

O dólar subiu 0,19%, a R$ 5,1820, recuperando parte da perda iniciada na semana passada e que também foi gerada pela redução da expectativa de aumento dos juros americanos, após o presidente do Fed, Jerome Powell, indicar que vai esperar a economia atingir o pleno emprego antes de elevar a taxa.

No exterior, Dow Jones fechou em queda 0,14%, enquanto S&P 500 e Nasdaq avançaram 0,03% e 0,33%, respectivamente.

O petróleo Brent, referência mundial, recuou 2,30%, a 71,31 dólares (R$ 367,79).

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