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China declara ilegais todas as atividades com criptomoedas

Banco central do país busca impedir que seus residentes negociem com moedas digitais em mercados estrangeiros

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Eleanor Olcott Eva Szalay
Financial Times

A China intensificou sua repressão às criptomoedas ao declarar que todas as atividades relacionadas a moedas digitais são “ilegais”.

O Banco Popular da China, o banco central do país, tomou por alvo especificamente os mercados internacionais de criptomoedas, nesta sexta-feira (24), declarando que era ilegal para eles prestar serviços online a pessoas residentes na China.

A ação aparentemente representa uma tentativa de eliminar uma lacuna que ficou depois que o banco central proibiu que as instituições financeiras chinesas ofereçam serviços relacionados a transações com criptomoedas, em maio.

Logos das criptomoedas Bitcoin, Ether, Litecoin e Monero em caixa eletrônico em Zurique - Arnd Wiegmann - 25.jun.2021/Reuters

O bitcoin, maior criptomoeda do mundo, caiu mais de 6% para 42.2167 dólares após a notícia.

Moedas que normalmente acompanham o bitcoin, também caíram. Ether e XRP sofreram quedas de 10% cada.

Nos meses que transcorreram desde que a medida entrou em vigor, operadores chineses continuaram a investir em criptomoedas, usando plataformas estrangeiras.

O banco central chinês afirmou em sua notificação nesta sexta que todos os cidadãos chineses que trabalhem para mercados de criptomoedas localizados no exterior serão “investigados de acordo com a lei”, e que o mesmo se aplicaria a organizações que ofereçam serviços de marketing, pagamentos e assistência técnica a eles.

O banco central anunciou que trabalharia em cooperação com o Ministério da Segurança Pública e com as autoridades regulatórias da internet a fim de reprimir “os suspeitos de solapar a ordem financeira”.

A despeito das medidas repressivas chinesas, o país continua a ser um importante polo mundial de transações com criptomoedas. Carteiras de criptomoedas controladas por usuários que aparentemente estão localizados na China receberam US$ 150 milhões (R$ 801,435 milhões) em moeda digital entre janeiro e junho. “Um total que fica abaixo apenas do dos Estados Unidos”, de acordo com um relatório da fornecedora de dados Chainalysis.

O banco central chinês declarou que ”recentemente, a especulação com criptomoedas aumentou, perturbando a ordem financeira e econômica, alimentando atividades ilegais e criminosas como jogos de azar, arrecadação ilegal de fundos, fraudes, esquemas de pirâmide e lavagem de dinheiro. Tudo isso coloca em sério risco a segurança do povo”.

O banco central além disso está se preparando separadamente para lançar uma versão digital do yuan, o que faria dele um pioneiro entre os bancos centrais, nessa área. A moeda deve ser colocada em teste durante a Olimpíada de Inverno de Pequim, em 2022.

Jason Guthrie, diretor de mercados de capitais e ativos digitais da WisdomTree, uma administradora de investimentos europeia, disse que “a tentativa da China de proibir as criptomoedas é simplesmente a continuação de uma tendência, mas eles estão dotando uma retórica ainda mais dura no período de preparação para o lançamento do yuan digital”.

Os governos provinciais da China este ano divulgaram uma série de proibições a atividades de mineração de criptomoedas, que requerem uso intensivo de energia.

Tradução de Paulo Migliacci

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