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Entidades de mídia das Américas defendem remuneração pelas plataformas

Manifesto da Sociedade Interamericana de Imprensa e outras quer que os países priorizem tema, dando como modelo a Austrália

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São Paulo

A Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP), a americana Aliança de Mídia (NMA) e a brasileira Associação Nacional de Jornais (ANJ), entre outras entidades, lançam nesta terça-feira (21) um manifesto pela remuneração da produção jornalística pelas plataformas.

O texto defende que as instituições nacionais e supranacionais das Américas passem a priorizar o tema em suas agendas. Destaca como exemplo a Austrália, que adotou neste ano um Código de Negociação Obrigatória para Mídia de Notícias e Plataformas Digitais.

A legislação australiana estabeleceu, descreve o manifesto, "mecanismos de arbitragem para garantir que as plataformas paguem aos meios de comunicação pelo uso que fazem do seu conteúdo, com o qual obtêm muitos benefícios, diretos e indiretos".

Segundo as entidades, é preciso ir além do que as próprias plataformas vêm adotando. "São louváveis as iniciativas recentes de empresas como Google e Facebook, cujo objetivo é pagar à mídia em alguns países pelas licenças de conteúdo", diz o documento.

"Porém, esses programas ainda não são a resposta justa e completa que o setor precisa para compensar as distorções e restabelecer um certo equilíbrio do ecossistema. A compensação não pode ser feita apenas com base na vontade unilateral das plataformas."

Além das três citadas, assinam o documento a Associação Mundial de Editores de Notícias (WAN-IFRA), a Organização Ibero-americana de Telecomunicações (OTI), a Associação Internacional de Radiodifusão (AIR) e entidades de mídia de Argentina, Chile, Bolívia, Peru, Equador, Colômbia, República Dominicana, Jamaica, Honduras, México e Canadá.

O Google divulgou um posicionamento sobre a questão, afirmando que "apoiar o jornalismo de qualidade é uma prioridade" para a empresa. "Temos um histórico consistente de trabalho e contato com as associações envolvidas, ajudando associados a crescer sua audiência e seus negócios", diz o texto.

"Como uma das empresas que mais apoiam financeiramente o jornalismo de qualidade, acreditamos que temos uma responsabilidade compartilhada de garantir um futuro robusto para a produção de notícias e estamos comprometidos em fazer a nossa parte para que isso aconteça", acrescenta.

"Nosso programa mais recente, o Google Destaques, faz parte desse compromisso e estabelece um modelo de pagamento a veículos pelo licenciamento de conteúdo de alta qualidade. Atualmente, brasileiros têm acesso ao conteúdo selecionado de mais de 55 publicações nacionais, regionais e locais por meio do Google Destaques.”

Em nota assinada por Claudia Gurfinkel, diretora de parcerias de notícias para a América Latina., o Facebook afirma que tem "trabalhado com associações de notícias em toda a região, incluindo a SIP e outros participantes dessa declaração, como a ANJ, para ajudar a construir uma indústria de notícias sustentável".

"Veículos de notícias usam o Facebook e compartilham seus conteúdos em nossas plataformas para aumentar o tráfego de acesso de seus artigos e sites, se conectar a novas audiências, explorar formatos digitais e monetizar", acrescenta.

"Estamos investindo mais de US$ 1 bilhão em jornalismo globalmente e continuaremos colaborando para apoiar o papel fundamental do jornalismo na democracia."

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