Georgieva, do FMI, acusa gabinete do ex-presidente do Banco Mundial de manipulação

Diretora diz que relatório com denúncias sobre sua conduta continha 'erros fundamentais'

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Andrea Shalal
Washington | Reuters

A diretora-gerente do FMI, Kristalina Georgieva, fez duras críticas nesta sexta-feira (24) a um relatório independente sobre seu suposto papel em um escândalo de manipulação de dados relacionados à China enquanto estava no Banco Mundial, dizendo que o documento continha "erros fundamentais" e que substituiu fatos por insinuações.

Ela também acusou o gabinete do ex-presidente do banco Jim Kong Kim de manipulação, dizendo que ele havia proposto incluir dados de Hong Kong na classificação da China no relatório Doing Business 2018 do Banco Mundial, para impulsionar a posição da China.

Georgieva, que tem sido pressionada a renunciar, criticou o relatório, elaborado pelo escritório de advocacia WilmerHale, em declaração detalhada à diretoria do Fundo Monetário Internacional (FMI), que está analisando o assunto.

A diretora do FMI (Fundo Monetário Internacional), Kristalina Georgieva, durante coletiva de imprensa em Washington, nos Estados Unidos - Mike Theiler - 19.out.2019/Reuters

A diretora foi acusada por um inquérito do Banco Mundial de conduzir esforços para elevar artificialmente a posição da China no influente relatório anual da instituição, o "Doing Business" (Fazendo Negócios). As acusações constam em relatório encomendado pelo banco à firma de advocacia WilmerHale.

As denúncias se referem ao período em que ela era executiva-chefe do Banco Mundial e supervisionava iniciativas para levantar capital novo de partes interessadas, incluindo a China.

Após as acusações, o banco interrompeu a publicação de Doing Business por causa de preocupações éticas sobre a conduta de membros atuais e passados da equipe envolvida em sua preparação.

O relatório da WilmerHale concluiu que na edição de 2018 de Doing Business a classificação geral da China foi mantida artificialmente em 78º lugar —a mesma que no ano anterior— em consequência de mudanças tardias que elevaram sua posição do 85º lugar.

O documento afirma que Georgieva dirigiu esforços para melhorar a nota da China num momento em que estava "absorvida" em campanha para conseguir um aumento de capital para o Banco Mundial.

Segundo o relatório, durante os preparativos de Doing Business 2018, autoridades graduadas do governo chinês "expressaram repetidamente suas preocupações" ao então presidente do Banco Mundial, Jim Yong Kim, e outros diretores do banco de que a classificação do país "não refletia acuradamente suas reformas econômicas".

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