Descrição de chapéu petrobras

Militares questionam ganhos acima de R$ 200 mil mensais de general que comanda Petrobras

Revista especializada em Forças Armadas diz ainda que Silva e Luna se mostra incapaz de deter alta de preços

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Rio de Janeiro

Em meio à alta nos preços do gás e da gasolina, a remuneração acima de R$ 200 mil mensais do presidente da Petrobras, general Joaquim Silva e Luna, é alvo de críticas entre militares.

Publicação especializada em Forças Armadas, a Revista Sociedade Militar questiona em artigo desta sexta-feira (10) "a necessidade e se é realmente ético se pagar um salário tão alto a um funcionário de uma empresa que pertence à sociedade".

"O salário mensal do oficial atualmente equivale ao que é pago pela mão de obra de mais de 230 trabalhadores juntos", afirma o texto.

A revista online reproduz trecho da reportagem da Folha, segundo a qual militares que atuam no comando de estatais acumulam salários e ganham entre R$ 43 mil e R$ 260 mil por mês.

O general da reserva Joaquim Silva e Luna durante cerimônia de posse na presidência da Petrobras 19.abr. 21 - Paulo Belote/Agência Petrobras

As remunerações mais expressivas são pagas ao presidente da Petrobras. O general Silva e Luna assumiu o cargo em abril de 2021, após uma intervenção direta de Bolsonaro no comando da estatal.

A revista destaca trecho da Folha informando que, por estar na reserva, no topo da hierarquia militar, Silva e Luna recebe R$ 32,2 mil brutos. Já na Petrobras, conforme o formulário de referência divulgado pela estatal aos investidores, a remuneração média mensal chega a R$ 228,2 mil, levando em conta ganhos fixos e variáveis referentes ao ano de 2020.

Com mais de 54 mil curtidas no Facebook e 19 mil seguidores no Twitter, incluindo deputados federais —entre eles, o ex-ministro Osmar Terra (MDB-RS) e os generais Roberto Sebastião Peternelli Junior (PSL-SP) e Girão Monteiro (PSL-RN)—, a revista diz que Silva e Luna "não é capaz de conduzir Petrobras a impedir altas nos preços do gás de cozinha e da gasolina".

"Entregues para oficiais generais, funções como a chefia da Petrobras, conferem a seus detentores salários de mais de 200 mil reais mensais. Infelizmente, sob o comando dos fardados a estatal não tem prosperado em sua função de servir à sociedade".

O governo Bolsonaro tenta dividir com governadores a responsabilidade pelo preço da gasolina e do botijão de gás. Em artigo publicado no jornal O Estado de S. Paulo e no site da estatal, na primeira semana de setembro, Silva e Luna afirma que a sucessão de esforços da Petrobras para entregar nas refinarias combustível de qualidade é compensada, no caso da gasolina, com apenas R$ 2, dos cerca de R$ 6 que o consumidor paga ao abastecer.

Outro argumento do presidente da estatal é que "a devida remuneração das atividades da Petrobras, originada, em grande parte, pela parcela a que tem direito no preço nas bombas, gera ganhos para toda a sociedade".

A assessoria da Petrobras afirma que o artigo de Luna e Silva não é uma resposta a críticas no meio militar, mas uma tentativa de explicar ao consumidor a composição do preço dos combustíveis.

Antes de assumir a presidência da Petrobras, Luna ocupava a diretoria-geral de Itaipu. Sob seu comando, Itaipu mudou regras de indenização, o que acabou beneficiando diretores com pagamentos que beiravam R$ 150 mil.

Em 2019, Itaipu ampliou o bônus concedido aos funcionários, graças ao qual Luna recebeu R$ 221 mil.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.