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'Temos que olhar o Brasil com um pouco mais de otimismo', afirma Abilio Diniz

Empresário defende maior estabilidade no país para geração de empregos

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São Paulo

A incerteza sobre a evolução do cenário político no Brasil tem turvado as expectativas dos agentes de mercado, que passaram a revisar nas últimas semanas as projeções de crescimento da economia local em 2022.

Apesar dos obstáculos no meio do caminho, para o empresário Abilio Diniz, é preciso um pouco mais de "otimismo" ao se avaliar o cenário e as oportunidades que o país oferece. “Temos que olhar nosso Brasil de uma maneira um pouco mais condescendente, com um pouco mais de otimismo”, afirmou o empresário, durante participação em evento do setor supermercadista nesta segunda-feira (20).

Há cerca de dois meses, recordou o empresário, havia um otimismo muito maior com as perspectivas para o desempenho da economia brasileira à frente. Nesse interim, assinalou Diniz, não ocorreram tantas mudanças que justifiquem a onda de pessimismo que se observa atualmente em relação ao país.

“Nada mudou de tão concreto na economia em tão pouco tempo. Os fundamentos macroeconômicos são os mesmos”, afirmou o presidente do conselho de administração da Península Participações e membro dos conselhos do Grupo Carrefour e do Carrefour Brasil.

Abilio Diniz durante entrevista à Folha - Karime Xavier - 7.mai.2018/Folhapress

Em um cenário em que os governos injetaram trilhões em recursos nas economias para combater a pandemia, Diniz observou que a preocupação com a inflação não é uma exclusividade apenas do Brasil. “Qual é o país do mundo que não tem preocupação [com a inflação] neste momento, em maior ou menor grau?”, questionou o empresário.

“Não sou catastrofista e não acho que deveríamos ser”, afirmou o empresário, que se disse totalmente favorável ao aumento nos gastos fiscais pelo governo para auxiliar famílias prejudicadas financeiramente pela pandemia.

De todo modo, ele lembrou também que a crise hídrica em meio ao período seco, bem como o atual patamar em que oscila a taxa de câmbio, contribuem para manter os níveis dos preços elevados nas gôndolas dos supermercados.

Na avaliação de Diniz, o nível em que negocia a moeda brasileira não reflete de maneira adequada os fundamentos macroeconômicos do país. “Não há nenhum economista sério que não coloque a taxa de câmbio em R$ 4,50, até R$ 4,30”, afirmou.

Para o empresário, se a economia brasileira crescer 5% neste ano, será uma vitória para o país. No mais recente relatório Focus, a estimativa para o avanço do PIB (Produto Interno Bruto) é de 5,04% em 2021.

"Não vejo porque isso não possa acontecer. Precisamos, na realidade, é de um pouco mais de tranquilidade, de estabilidade”, disse Diniz, acrescentando que o empresariado necessita de segurança para investir e gerar empregos.

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