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Alta do gás deve piorar expectativas de inflação, diz Campos Neto

Incerteza fiscal tem gerado 'alguma insegurança' no mercado, afirma presidente do BC

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São Paulo

O presidente do BC (Banco Central), Roberto Campos Neto, afirmou que a alta no preço do petróleo e do gás natural anunciada nesta sexta-feira (8) pela Petrobras deverá se refletir em deteriorações adicionais nas expectativas de inflação do mercado.

“O Brasil teve um grande salto [nas expectativas de inflação] quando olhamos para 2021, e isso provavelmente ficará pior com o anúncio de aumento no gás hoje”, afirmou Campos Neto, durante participação em evento online promovido pelo Itaú BBA.

Presidente do BC, Roberto Campos Neto, durante audiência da CAE (Comissão de Assuntos Econômicos) - Sergio Lima - 26.fev.2019/AFP

Campos Neto citou incertezas fiscais relacionadas a temas como os precatórios, a reforma do Imposto de Renda e a continuidade dos programas de transferência de renda, que têm gerado “alguma insegurança” no mercado.

“Esperamos que [essas questões] estejam claras logo e depois disso teremos uma visão melhor sobre qual a política fiscal teremos à frente”, afirmou.

No relatório Focus desta semana, as projeções do mercado para o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) subiram pela 26ª semana consecutiva, e agora apontam para uma inflação de 8,51% neste ano.

O presidente da autoridade monetária afirmou também que o resultado da inflação oficial de setembro medida pelo IPCA divulgado nesta sexta (8) pelo IBGE veio um pouco melhor do que o esperado, mas reconheceu que o indicador está em um nível bem acima daquele que se previa um mês atrás.

Campos Neto reforçou que a expectativa do BC é por uma desaceleração nos níveis dos preços após o dado de inflação de setembro.

Segundo o presidente da autoridade monetária, em um cenário externo menos benigno com a desaceleração da China em curso, o processo de descompressão nos preços de bens, que se esperava que daria lugar a uma pressão maior vinda do setor de serviços com o avanço da vacinação, não tem se confirmando conforme as expectativas iniciais.

Ele afirmou ainda que, em um ambiente de uma inflação mais persistente de bens do que o previsto, é preciso acompanhar com atenção quais podem ser os impactos para a cadeia produtiva de modo geral.

“Quando se produz mais bens, se consome mais energia, ao mesmo tempo em que os países vêm buscando reduzir as emissões de carbono”, disse o presidente do BC, que fez menção aos gargalos já observados em diversas etapas da cadeia global de suprimentos.

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