Banco Mundial nega a Georgieva pedido de encontro para defesa de acusações, diz agência

Dirigente é acusada de pressionar equipe para alterar dados em ranking da instituição

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Andrea Shalal
Washington | Reuters

A diretoria do Banco Mundial recusou um pedido da diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, por uma reunião com objetivo de se defender de alegações de que ela pressionou a equipe a alterar dados como presidente executiva do banco em 2017, de acordo com duas fontes informadas sobre a situação.

A defesa contratada por Georgieva pediu o encontro em uma carta de 17 páginas na sexta-feira ao diretor executivo do banco.

O advogado Whitney Debevoise, da Arnold & Porter, escreveu que um relatório de investigação preparado pelo escritório de advocacia WilmerHale para a diretoria foi conduzido indevidamente, violou os direitos do devido processo de Georgieva e baseou sua conclusão fundamental em uma suposição falsa, de acordo com uma cópia da carta vista pela Reuters.

A diretora-gerente do FMI, Kristalina Georgieva - Jason Lee - 25.mar.2018

WilmerHale concluiu em setembro que funcionários, incluindo Georgieva, aplicaram "pressão indevida" sobre integrantes do banco para alterar dados a fim de favorecer a China nas classificações do relatório Doing Business 2018, produzido pelo Banco Mundial.

Georgieva nega as acusações, e a diretoria do FMI, que Georgieva comanda desde outubro de 2019, não encontrou neste mês nenhuma evidência conclusiva para apoiar as acusações de delito.

A diretoria do Banco Mundial disse a Debevoise que seria inapropriado encontrar ou ouvir Georgieva, uma vez que não tem papel em uma investigação separada conduzida pelo WilmerHale sobre possíveis delitos cometidos por funcionários e ex-funcionários do banco, incluindo Georgieva, de acordo com uma pessoa informada da conversa.

Esse relatório, que deve ser divulgado em cerca de dois meses, irá para o departamento de recursos humanos do banco, não para a diretoria.

O diretor executivo Merza Hasan; o presidente do comitê de ética do conselho e o chefe de um painel separado sobre governança rejeitaram o pedido, disseram fontes próximas à diretoria.

Logo do FMI na sede da instituição em Washington, nos Estados Unidos - Yuri Gripas - 4.set.2018/Reuters

Em uma resposta conjunta descrita à Reuters, os três funcionários disseram à diretoria que não compartilhariam a carta de Debevoise ou declarações anteriores de Georgieva, dizendo que as regras do banco têm o objetivo de evitar "qualquer interferência da diretoria ou de qualquer outra parte" nas investigações da equipe, disseram as fontes.

Os três funcionários se comunicaram separadamente com o escritório de advocacia de Debevoise.

Um porta-voz do Banco Mundial se recusou a comentar os últimos acontecimentos, dizendo que o banco não comenta sobre investigações.

O escritório de advocacia WilmerHale não respondeu aos pedidos de comentários sobre a carta de Debevoise. Neste mês, a empresa disse que seu relatório seguia todas as regras aplicáveis ​​do Banco Mundial, e Georgieva foi informada de que o Banco Mundial poderia divulgar qualquer informação que ela fornecesse.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.