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Bolsa tem leve queda com ajuste do mercado à alta da Selic

Recuo das commodities impede ganhos; dólar cai 0,3%, para 5,556

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São Paulo

A Bolsa de Valores brasileira fechou com uma queda discreta nesta quarta-feira (27), perdendo fôlego no fim do pregão. A cautela prevaleceu entre os investidores pouco antes da divulgação da taxa Selic pelo Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central), que subiu 1,5 ponto percentual, a 7,75%, após o fechamento do mercado.

A decisão da autoridade monetária veio em linha com as análises e era amplamente esperada pelo mercado.

O Ibovespa, índice de referência no mercado acionário brasileiro, caiu 0,05%, a 106.363 pontos, após ter subido 1,7% e superar os 108 mil pontos na máxima da sessão. O dólar fechou em queda de 0,30%, a R$ 5,5560, com o mercado de câmbio também à espera da taxa básica de juros.

Investidor próximo a monitor que mostra negociações na Bolsa de Valores, em São Paulo - Maurício Lima- 28.mai.2009/AFP

O recuo da Bolsa ao final do pregão teve importante participação da fraqueza no setor de commodities, principalmente da Vale, que cedeu 2,27% e ocupou o segundo posto em volume de negociações, atrás da Petrobras, que caiu 0,24%.

Rafael Ribeiro, analista da Clear Corretora, aponta que a queda de 2% do minério de ferro e a derrocada de 9% dos futuros de carvão na China, com mais medidas restritivas pelas autoridades do país, acabaram pesando no Ibovespa.

"Os contratos futuros de carvão atingiram seu limite de baixa porque autoridades chinesas pediram para as principais províncias produtoras que investiguem supostos locais de armazenamento ilegais, assim como reforçaram o compromisso do país em cumprir o plano de ação para reduzir as emissões de carbono", destacou Ribeiro.

A intervenção chinesa na produção de carvão não é bem avaliada pelo mercado porque pode reduzir a demanda pelo minério, já prejudicada com as paralisações das construções da Evergrande, gigante do setor imobiliário chinês que enfrenta problemas com um endividamento acima de US$ 300 bilhões (R$ 1,6 trilhão).

A redução na produção de carvão na China é, ao lado da escassez gerada pela quebra da cadeia de abastecimento durante a pandemia, um dos motores da inflação global devido à pressão que a falta do insumo vem fazendo sobre os preços de outras fontes de energia, como o petróleo.

O petróleo Brent, referência mundial, recuou 2,64%, a US$ 84,12 (R$ 468,22). Os preços da commodity recuaram porque os estoques dos Estados Unidos aumentaram mais do que o esperado, mesmo com o esvaziamento dos tanques do maior centro de armazenamento do país.

Entre os destaques da Bolsa nesta quarta, empresas dos setores de educação, construção e consumo tiveram registram fortes com a estabilização da curva de juros futuros com o mercado se antecipando ao precificar a Selic em 7,75%.

Fecharam entre as principais altas Cogna (5,58%), Eztec (4,99%), Multiplan (4,57%), RaiaDrogasil (4,17%) e Iguatemi (4,05%).

No exterior, o dia foi de queda após ganhos acumulados nas últimas sessões. Os índices Dow Jones e S&P 500 cederam 0,74% e 0,51%, respectivamente. O Nasdaq ficou estável.

Os únicos setores a avançar no S&P 500, índice de referência do mercado americano, foram aqueles ligados a bens de consumo discricionário e serviços de comunicações, que se apoiaram sobre retração nos rendimentos dos títulos do governo dos Estados Unidos de longo prazo e um achatamento da curva de juros

Com Reuters

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