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GM leva greve em São Caetano à Justiça

Produção na fábrica do ABC está parada desde o dia 1º por falta de acordo com trabalhadores

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São Paulo

A General Motors pediu à Justiça do Trabalho em São Paulo que declare como abusiva a greve iniciada no dia 1º deste mês pelos metalúrgicos de São Caetano do Sul, no ABC paulista. O dissídio coletivo de greve foi apresentado no fim de semana, depois que uma audiência de conciliação no tribunal terminou sem acordo.

Na terça (5), a juíza do trabalho Raquel Gabbai de Oliveira negou o pedido de reconsideração da empresa, que tentava a concessão de uma liminar para por fim à greve. A magistrada marcou nova audiência para a sexta (10).

Enquanto a empresa e os trabalhadores não chegam a um acordo, a linha de montagem da planta de São Caetano segue paralisada. A produção diária da fábrica é de aproximadamente 750 veículos dos modelos Spin, Tracker, Joy e Joy Plus (versões antigas do Onix e do Prisma).

Linha de produção da GM em São Caetano do Sul, região do ABC (Divulgação)
Linha de produção da GM em São Caetano do Sul, no ABC - Divulgação

Cerca de 4.100 metalúrgicos aderiram à greve, segundo o Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano do Sul. O presidente da entidade, Aparecido Inácio da Silva, o Cidão, diz que a empresa chegou a fazer nova proposta de acordo durante o fim de semana.

O reajuste salarial de 10,42%, referente ao INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) acumulado em um ano, seria pago integralmente, retroativo a 1º de setembro. A proposta inicial previa um pagamento somente em fevereiro de 2022.

Porém, a empresa queria dar nova redação a uma cláusula do acordo coletivo vigente que garante estabilidade de emprego aos metalúrgicos com doenças ocupacionais. “Eles queriam rever a redação. A gente quer manter como está.”

A proposta para alterar os parâmetros da estabilidade deverá voltar a ser discutida na sexta, no TRT.

A GM diz que mantém o mesmo posicionamento da semana passada, de que “está fazendo todos os esforços para chegar a um acordo que seja bom para ambas as partes.”

À Seção Especializada em Dissídio Coletivo, a empresa disse considerar irregular a assembleia que decidiu pela paralisação. A GM pediu também a aplicação de multa diária de R$ 100 mil “já que há negociação em andamento.”

O Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano diz que sete rodadas de negociação foram realizadas antes da decisão pela greve.

Os metalúrgicos reivindicam, além da reposição da inflação, o pagamento de 5% de aumento real. Outras cláusulas econômicas preveem a correção do piso salarial, vale-alimentação entre R$ 500 e R$ 1.000, participação nos resultados e adiantamento de 13º salário.

Na semana em que a greve teve início, a montadora havia anunciado a retomada dos dois turnos de produção e esperava dobrar a produção do utilitário Chevrolet Tracker.

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