Governo reduz déficit para R$ 82 bilhões no ano, mas rombo é quinto maior da história

Resultado é alcançado após aumento em receitas e corte de despesas ligadas à Covid

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Brasília

O governo central (que inclui Tesouro Nacional, Previdência e Banco Central) registrou um déficit de R$ 82,4 bilhões no acumulado de janeiro a setembro de 2021. O número representa uma melhora em relação ao rombo de três dígitos do mesmo período do ano passado, mas ainda assim é o quinto pior resultado para o período na série histórica (iniciada em 1997).

O resultado, divulgado pelo Tesouro Nacional nesta quinta-feira (28), mostra uma retração real de 88% do déficit de janeiro a setembro de 2021 frente a igual período de 2020 (quando houve um rombo de R$ 677,4 bilhões). A despesa total caiu 25% na comparação (para R$ 1,2 trilhão), enquanto a receita líquida subiu 26% (para R$ 1,1 trilhão).

No ano passado, o país enfrentava o primeiro ano da pandemia e o governo executava medidas com impacto fiscal mais forte –como o auxílio emergencial maior e adiamentos de impostos mais amplos.

De acordo com o Tesouro, a melhora é impulsionada tanto pela redução expressiva em despesas ligadas à crise da Covid-19 como pela melhora na arrecadação federal.

Conforme dados da Receita desta semana, a inflação tem impulsionado a arrecadação federal e ajudado os números a alcançarem resultados recordes neste mês, com crescimento acima de 10%.

O Tesouro destaca nos números as receitas administradas por outros órgãos, rubrica composta principalmente pela arrecadação com royalties de óleo e gás. De janeiro a setembro, foram arrecadados R$ 60,3 bilhões —crescimento real de 42,1% em relação ao mesmo período do ano passado. Nesse caso, o preço do petróleo, o patamar do câmbio e a produção nacional afetam diretamente os valores.

Os técnicos do Tesouro também chamaram atenção para os resultados com dividendos recebidos de estatais. Nesse caso, foram obtidos R$ 22,4 bilhões no ano —quatro vezes o registrado na comparação com igual período do ano anterior.

Considerando só o mês de setembro, houve um leve superávit de R$ 303 milhões. O resultado veio de maneira significativamente melhor que a mediana das expectativas de mercado coletadas pela pesquisa Prisma Fiscal, do Ministério da Economia, que indicava um déficit de R$ 17,9 bilhões no mês.

Esse resultado foi limitado principalmente pelo déficit na Previdência, de R$ 225,3 bilhões no mês. Já Tesouro Nacional e Banco Central ficaram no azul em R$ 142,8 bilhões no mês.

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