Descrição de chapéu CRISE ENERGÉTICA

ONS prevê chuvas acima da média sobre os principais reservatórios do país

Melhora do cenário reforça projeções sobre redução do risco de racionamento de energia

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Rio de Janeiro

O ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) prevê para a próxima semana chuvas acima da média sobre as regiões Sudeste e Centro-Oeste, regiões consideradas a caixa d'água do setor elétrico brasileiro, por concentrarem os principais reservatórios de hidrelétricas.

A previsão reforça projeções do mercado sobre a redução do risco de racionamento de energia, diante da chegada das chuvas e do impacto positivo de medidas adotadas pelo governo para ampliar a capacidade de geração em meio à pior seca da história.

De acordo com o operador, o volume de chuvas nas regiões Sudeste e Centro-Oeste na próxima semana deve ser equivalente a 112% da média histórica para o período. Na semana passada, o ONS previa 51% da média histórica para esta semana.

People are pictured on the shore of the Rio Paraguay (Paraguay River), which flows down to the Parana River, as the lack of rain in Brazil, where the river originates, has brought water levels down, forcing cargo ships to reduce the amount of grains that are loaded for export, in Villeta, Paraguay
Seca no Rio Paraguai, afetado pela falta de chuvas no Brasil - Mayeli Villalba - 30.ago.2021/2021

A melhora do cenário é natural nesta época do ano, com a chegada das primeiras chuvas, mas o histórico dos últimos meses, quando o país teve o pior volume de chuvas desde que os registros começaram a ser feitos, era motivo de apreensão no mercado.

Na região Sul o volume de chuvas deve ser equivalente a 153% da média histórica para esse período. A região passou por um período mais seco, ampliando as preocupações com a segurança energética do país, mas vem se recuperando nas últimas semanas.

Com mais chuva, a expectativa é que os reservatórios do Centro-Sul do país fechem o mês em níveis superiores aos projetados inicialmente. No Sudeste e Centro-Oeste, devem ficar com 15,2% de sua capacidade de armazenamento de energia. No Sul, com 49,5%.

Nordeste e Norte permanecem com projeção de chuvas abaixo da média —33% e 75%, respectivamente— mas a melhora no Centro-Sul vem derrubando o custo marginal de operação do setor elétrico, preço de referência que estima quanto vale o MWh (megawatt-hora) nas condições correntes.

Na semana que vem, esse custo será de R$ 198,74, queda de 53,4% com relação ao vigente na semana anterior. Em condições normais, essa queda teria impacto na tarifa de energia, já que significa menos necessidade de térmicas.

Mas o governo vem acionando todo o parque térmico disponível no país para poupar água nas hidrelétricas e garantir a segurança do sistema enquanto os reservatórios permanecerem em níveis tão baixos.

Para bancar essa medida, implantou em setembro a bandeira de escassez hídrica, que adiciona à conta de luz R$ 14,20 a cada 100 kWh (quilowatts-hora) consumidos —até então, a bandeira tarifária mais cara era a vermelha nível 2, de R$ 9,49 por 100 kWh.

A tendência é que as térmicas, mais caras e poluentes, continuem tendo peso relevante na matriz: este mês, o governo realiza leilão para contratação emergencial de térmicas por cinco anos, para garantir o suprimento em 2022 e recuperar o nível dos reservatórios nos anos seguintes.

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