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Pátria entra no setor de cibersegurança com investimento de US$ 250 milhões

Brasil é o quinto país do mundo com mais ataques cibernéticos, segundo consultoria alemã Roland Berger

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São Paulo

Poucas horas após o mundo sofrer com a queda generalizada dos serviços de WhatsApp, Facebook e Instagram, a gestora de recursos Pátria Investimentos anunciou nesta segunda-feira (4) a aquisição das empresas de cibersegurança Neosecure e Proteus.

Embora os eventos não guardem qualquer relação direta entre si, eles evidenciam a importância que o investimento em segurança tecnológica tem ganhado no mercado nos últimos tempos.

O Pátria não informou o quanto investiu nas empresas, mas divulgou um orçamento de US$ 250 milhões (R$ 1,35 bilhão) destinado ao setor de cibersegurança, já incluso o valor aportado nas duas operações. A gestora soma cerca de US$ 15,8 bilhões (R$ 85,63 bilhões) em ativos, com atuação nos setores de private equity, infraestrutura, imobiliário e crédito.

Segundo o Pátria, as aquisições criam “a maior plataforma especializada em soluções de segurança da informação da América Latina, que movimenta US$ 7,2 bilhões (R$ 39,02 bilhões) ao ano na região”.

“Nosso objetivo é acelerar a consolidação desse mercado por meio de aquisições de players estratégicos e, em breve, levantar mais capital via oferta pública inicial (IPO) para acelerar o crescimento e perpetuar a empresa”, afirmou Marcelo Romcy, um dos fundadores da Proteus e agora sócio da nova plataforma investida do Pátria, em nota.

Gestão e análise de vulnerabilidades reduzem risco de ataque cibernético
Gestão e análise de vulnerabilidades reduzem risco de ataque cibernético - Pixabay


Em janeiro, a própria gestora de recursos já havia feito sua abertura de capital na Bolsa de Valores Nasdaq, nos Estados Unidos, em que foram movimentados cerca de US$ 588 milhões (R$ 3,1 bilhões).

A empresa de cibersegurança do Pátria nasce com faturamento anual estimado de R$ 500 milhões e presença no Brasil, Chile, Argentina, Peru e Colômbia.

Em seu site, a Proteus informa que foi fundada em 1999 e é uma “empresa especializada em análise e controle executivo de riscos”, com matriz estabelecida em São Paulo e filial nos Estados Unidos, onde se localiza o centro de pesquisa e desenvolvimento.

Já a Neosecure foi fundada em 1999 no Chile e é uma “empresa de segurança cibernética dedicada a enfrentar ameaças, protegendo os ativos e sistemas das organizações”.

Brasil é terreno fértil para ataques cibernéticos

Dados da consultoria alemã Roland Berger citados pela gestora indicam que o Brasil é o quinto país no mundo que mais sofre com os ataques cibernéticos. O país está atrás apenas de Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha e África do Sul no quesito.

“Nesse contexto, os dois players têm mais de 20 anos de atuação e dispõem ao mercado um portfólio de soluções inovadoras ‘end to end’, desde a prevenção e detecção até a implementação de soluções para remediar ataques hackers”, diz o comunicado do Pátria.

Pelos cálculos da gestora, serão analisados por meio da plataforma cerca de 4 bilhões de eventos diariamente, para aproximadamente 600 clientes, entre grandes empresas, bancos, indústrias e governos.

“Ao criar o maior prestador de serviços da América Latina dedicado à cibersegurança, avançamos alinhados às diretrizes do Pátria de atuar de forma transformacional em setores estratégicos e que geram impacto positivo para as empresas e pessoas”, afirmou Fernando Pereira, presidente do conselho de administração da nova plataforma, que ainda não tem nome definido.

Em setembro, o Pátria havia anunciado a junção de suas operações com a gestora chilene Moneda Asset Management.

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