Transportadoras encerram paralisação; postos de MG seguem sem gasolina

Segundo sindicato, caminhoneiros temem represália mesmo com fim oficial do movimento

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Rio de Janeiro

As transportadoras de combustíveis de Minas Gerais e do Rio de Janeiro decidiram suspender a paralisação iniciada nesta quinta-feira (21) contra a alta do preço do diesel e os carregamentos voltaram a ser liberados nos dois estados.

Sindicatos de revendedores dos dois estados dizem, porém, que ainda há postos sem produtos, principalmente em Minas Gerais. Segundo o Minaspetro (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo no Estado de Minas Gerais).

"As bases de Betim [MG] estão liberadas para carregamento, no entanto, muitos transportadores e revendedores estão com receio de represália por parte dos manifestantes", disse a entidade, em nota, na qual afirma que teve registro de caminhões depredados na quinta.

Paralisação das transportadoras de combustíveis, na cidade de Betim, na Grande BH. - Divulgação/Sindtanque-MG

A paralisação foi iniciada na madrugada de quinta, com o bloqueio de bases próximas às refinarias Gabriel Passos, em Betim, e de Duque de Caxias, na região metropolitana do Rio. As transportadoras pedem medidas dos governos federal e estaduais para reduzir o preço do diesel.

No Rio, o Sindicomb (Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis e Lubrificantes) diz que os carregamentos voltaram a ser feitos, mas há ainda notícias de falta pontual de produtos em alguns postos, situação que tende a se normalizar com o retorno das entregas.

Representante das grandes distribuidoras de combustíveis, o IBP (Instituto Brasileiro do Petróleo e Gás) disse que as bases de distribuição estão recebendo os caminhões para carregamento e envio aos clientes. "O suprimento de combustíveis aos postos deve ser regularizado em breve", afirmou.

Em vídeo divulgado nesta sexta (22), o presidente do Sinditanque-MG, Irani Gomes, diz que as empresas decidiram suspender as paralisações "visando o compromisso com a sociedade e também com a sensibilidade das distribuidoras, que se comprometeram a discutir melhorias no transporte".

"Mas não vamos abrir mão dessa luta", disse, defendendo a redução do preço do diesel e das alíquotas do ICMS sobre os combustíveis em Minas Gerais. "Não vamos desistir, mesmo com a insensibilidade do governo, que só promete e não cumpre."

Motoristas em fila espera para abastecer em posto de gasolina em Belo Horizonte, Minas Gerais - Douglas Magno/AFP

A paralisação envolveu apenas os sindicatos de transportadoras de Minas e do Rio, Sinditanque-MG e Associtanque-RJ, e não teve participação de caminhoneiros autônomos, que preparam uma mobilização para o dia 1º de novembro.

Na quinta (21), em uma tentativa de acalmar os ânimos do setor, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse que o governo criará um auxílio para caminhoneiros em razão da alta do diesel, beneficiando cerca de 750 mil caminhoneiros.

O desembolso virá do espaço gerado no orçamento do ano que vem com a revisão da metodologia de cálculo do teto de gastos. O apoio, de R$ 400 por mês, no entanto, foi criticado por lideranças da categoria.

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