A Audi foi considerada responsável no "dieselgate", escândalo dos motores a diesel manipulados provenientes de sua matriz, a Volkswagen, segundo sentença da máxima instância judicial da Alemanha proferida nesta quinta-feira (25).
A Audi enganou as autoridades de licenciamento e seus clientes de forma "imoral", decidiu a Corte Federal de Justiça (BGH) de Karlsruhe.
A fabricante, com sede em Ingolstadt, pôs em circulação veículos equipados com o motor EA 189, fornecido pela Volkswagen, apesar de que "pelo menos um encarregado [da Audi] soubesse que o motor estava equipado com um software enganoso", informou a Corte, confirmando quatro sentenças de tribunais regionais, que datavam do outono de 2020.
"A decisão reforça consideravelmente os direitos dos consumidores, pois a Audi deve ser responsável pelos motores manipulados que foram desenvolvidos pela VW", comentou o advogado Claus Goldenstein em um comunicado.
A Audi terá de pagar indenizações por perdas e danos, após a mesma Corte condenar a Volkswagen a indenizar um cliente afetado, em maio de 2020.
Em 2018, a Audi já tinha aceitado pagar uma multa de € 800 milhões (R$ 4,9 bilhões) pelo Ministério Público em Munique.
O "dieselgate", que abriu o caminho a várias ações judiciais em todo o mundo, custou à Volkswagen € 30 bilhões (cerca de R$ 187 bilhões), grande parte deles nos Estados Unidos, onde o grupo alemão se declarou culpado de fraude em 2017.
Em 2015, a Volkswagen admitiu ter equipado 11 milhões de seus veículos a diesel com um dispositivo capaz de dissimular suas emissões de poluentes. Na Europa, cerca de 8,5 milhões de veículos foram afetados.
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