Descrição de chapéu Folhajus 5g internet

Governo de SP quer padronizar legislação de antenas nos municípios diante do 5G

Leis divergentes podem atrasar implantação da nova tecnologia, prevista para 2022 nas capitais

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São Paulo

O governo de São Paulo enviou nesta terça-feira (16) um projeto de lei para a Assembleia Legislativa a fim de padronizar a situação das antenas nos municípios, uma exigência para a chegada do 5G.

Em evento com orquestra no Palácio Bandeirantes, o governo de João Doria (PSDB) reuniu prefeitos e empresas para falar da importância de padronizar as legislações, que são de competência municipal.

"Perdemos tempo com discussões estéreis e inadequadas. Estamos dois anos atrasados [com o 5G]", afirmou Doria, referindo-se ao governo de Jair Bolsonaro (sem partido).

O governo também anunciou uma linha de crédito de R$ 3 milhões de apoio aos primeiros 200 municípios que regularizarem suas legislações, o que daria R$ 15 mil por cidade.

A estimativa da equipe econômica é que São Paulo movimente R$ 266 bilhões até 2025, com aplicações em setores como infraestrutura, áreas sociais e agronegócio. A projeção é baseada em dados setoriais e da Abrintel.

"Há muitos municípios onde precisamos chegar com o 4G antes do 5G", diz Patrícia Ellen, secretária de Desenvolvimento Econômico.

Homem de máscara preta e terno com microfone na mão
O governador de São Paulo, João Doria, em evento - Governo do Estado de São Paulo/Divulgação

Para corrigir a desafasagem de cobertura atual do 4G, Ellen afirma que seria preciso triplicar a quantidade de antenas.

A Folha teve acesso ao projeto chamado Conecta SP. O texto diz que o estado de São Paulo deve indicar aos municípios um texto base para um projeto de lei que "trata da ocupação e uso de solo na implantação da infraestrutura de suporte de telecomunicações", como torres, topos de prédios e mobiliário urbano.

Dessa forma, tende a induzir que outros municípios, como a capital paulista, adotem os mesmos padrões. Especialistas afirmam que seria necessário que as cidades apenas se adequassem às diretrizes da Lei Geral de Antenas, e que o projeto de lei de Doria sugere uma norma que já existe no âmbito federal.

O projeto defende "estímulo à modernização de legislações locais que tratam da implantação de infraestrutura de telecomunicações para permitir a atualização tecnológica da rede".

A tecnologia 5G exige mais antenas para a prestação de serviços, que é desigual em cidades como São Paulo, com poucas antenas e redes de fibra ótica em bairros periféricos e populosos.

O leilão do 5G, realizado pelo governo federal em 5 de novembro, determinou que operadoras vencedoras dos principais lotes implantem a tecnologia nas capitais até julho de 2022. A ampla cobertura de 5G municipal deve levar mais de oito anos.

Pessoas de terno sorrindo, atrás de balcão da Anatel
O presidente Jair Bolsonaro, durante o leilão do 5G - Isac Nóbrega/PR/Divulgação

São Paulo ainda não está apta a receber o 5G porque não tem alta aderência à Lei Geral de Antenas, mostra levantamento da Conexis, sindicato que agrega as maiores operadoras do Brasil.

Estariam em conformidade apenas Boa Vista, Brasília, Curitiba, Fortaleza, Palmas, Porto Alegre e Porto Velho. O levantamento destaca, no entanto, que capital paulista trabalha uma nova legislação aderente à lei nacional.

Entre os itens considerados relevantes para implantação de 5G pela Conexis estão prazo de 60 dias para emissão de qualquer licença, regulação e fiscalização para limites de exposição humana à radiação não ionizante por competência da Anatel, não do município, e dispensa de licenciamento para infraestrutura de pequeno porte.

Tramita na Câmara Municipal um projeto de lei que atualiza as regras de instalação de antenas na cidade.

O projeto define áreas prioritárias da cidade para a instalação de antenas e abre possibilidade para instalação sem licenciamento nesses locais. As mini ERBs e as ERBs móveis (estações rádio-bases) também ficam dispensadas de licenciamento.

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