Descrição de chapéu América Latina

Quase metade das famílias latino-americanas ganha menos do que antes da pandemia

Pesquisa do Banco Mundial e do PNUD aponta que América Latina e Caribe sairão da pandemia com economia enfraquecida

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Washington | AFP

A América Latina e o Caribe emergem da crise da Covid-19 com uma economia enfraquecida, renda mais baixa em quase metade das famílias e o dobro da insegurança alimentar, apontou uma pesquisa do Banco Mundial e do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).

A situação melhorou à medida que os países relaxaram as medidas de confinamento e as campanhas de vacinação avançaram, mas a taxa de emprego regional é 11 pontos percentuais inferior à de antes da pandemia, com 62% da população em idade ativa atualmente empregada, aponta.

Colômbia, Brasil e Equador foram muito afetados. A taxa de emprego em relação aos níveis pré-pandemia só aumentou em Guatemala, Nicarágua e El Salvador, mas às custas da deterioração do mercado de trabalho, com mais informalidade e menos horas trabalhadas.

Logo do Banco Mundial - Johannes P. Christo - 12.out.2018/Reuters

Quase uma em cada quatro pessoas empregadas antes da pandemia afirma que não trabalha mais. O país com a maior perda de empregos é o Haiti, seguido pela Colômbia (35%).

A perda de empregos teve um impacto direto nas famílias, uma vez que quase metade dos lares não recuperou o seu nível de rendimento.

A renda parece estar aumentando na Guatemala, Honduras e El Salvador, em comparação com meados de 2020, mas na Bolívia, Paraguai, Equador e Colômbia, mais de 60% das famílias "ainda não mostraram sinais de recuperação". E isso apesar dos subsídios do governo e da ajuda emergencial "que juntos beneficiam 46% das famílias da região", acrescenta o Banco Mundial.

Durante a pandemia, a insegurança alimentar quase dobrou, especialmente em países com maior desigualdade e pobreza.

A pandemia evidenciou desigualdades pré-existentes, afirma Luis Felipe López-Calva, diretor regional do PNUD para a América Latina e o Caribe, que garante que "esta pesquisa nos permite conhecer a região e propor soluções baseadas em evidências".

O acesso aos serviços de saúde voltou aos níveis pré-pandemia, mas a taxa de vacinação no Caribe é preocupante.

Por fim, a pesquisa destaca que a pandemia aumentou as transações digitais, tanto de banco móvel quanto de comércio eletrônico.

Para sair fortalecida da crise, a região deve realizar reformas "já conhecidas, mas pendentes", estima Carlos Felipe Jaramillo, vice-presidente do Banco Mundial para a América Latina e Caribe.

Entre essas reformas, Jaramillo enumera: melhorar a qualidade da educação, facilitar o investimento privado para gerar empregos, investir em energias renováveis e alocar recursos para a mobilidade urbana - como qualidade do ar e substituição da frota de veículos públicos e privados.

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