Descrição de chapéu The New York Times

Agência de saúde dos EUA pede para viajantes evitarem cruzeiros

Centro de Controle e Prevenção de Doenças monitora 88 navios

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Todd Gregory Ceylan Yeginsu
The New York Times

O Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC na sigla em inglês) dos EUA aumentou na quinta-feira (30) para 4 seu nível de advertência para navios de cruzeiro, o mais alto da escala. "Evitem este tipo de viagem, independentemente da situação vacinal", afirmou a agência em comunicado.

A medida foi anunciada após o número de casos em cruzeiros crescer nas últimas semanas, levando alguns portos a recusar embarcações. Na semana passada, dezenas de pessoas em um navio da companhia Royal Caribbean International testaram positivo depois que a embarcação partiu de Fort Lauderdale, na Flórida. Outro navio da Carnival Cruise Line retornou a Miami no domingo (26) depois de infecções "entre um pequeno número de pessoas a bordo".

Chamando a decisão do CDC de "espantosa", o grupo setorial de cruzeiros, a Associação Internacional de Linhas de Cruzeiro, disse em comunicado que o número de casos a bordo formou uma minoria muito reduzida da população total, e que "a maioria dos casos era assintomática ou de natureza branda, representando pequeno ou nenhum peso para os recursos médicos a bordo ou em terra".

Antes da advertência do CDC na quinta, o Royal Caribbean Group, uma das maiores companhias de cruzeiros, disse que seus navios transportaram 1,1 milhão de passageiros desde que reiniciou as operações em junho, com 1.745 pessoas contaminadas. Enquanto a maioria dos viajantes teve sintomas leves ou nenhum, 41 pessoas foram internadas em hospitais.

"A ômicron está tendo um impacto em curto prazo sobre todos, mas muitos veem isso como um grande passo na direção de a Covid-19 se tornar endêmica e não epidêmica", disse Richard Fain, presidente-executivo da Royal Caribbean Cruises.

Apesar do aumento de casos em cruzeiros, o governo do México anunciou esta semana que deixará os navios atracarem em seus portos, mesmo que os passageiros tenham testado positivo para coronavírus, e também permitirá que viajantes assintomáticos desembarquem.

O anúncio veio depois que dois navios com surtos de Covid foram recusados por autoridades do estado de Jalisco na semana passada para o desembarque em Puerto Vallarta, um destino turístico popular na costa mexicana no Pacífico.

"Nosso país mantém sua política de solidariedade e fraternidade, assim como o princípio de não discriminação em relação a todas as pessoas", disse o governo em um comunicado. "As autoridades de saúde e de turismo continuam atentas para fornecer a assistência médica necessária aos que nos visitam."

O coronavírus causou o caos na indústria de cruzeiros nas primeiras etapas da pandemia, infectando centenas de passageiros e trabalhadores e exigindo que a indústria fechasse durante 18 meses. Para começar a navegar, os navios tiveram de concordar com a Ordem de Navegação Condicional do CDC, que é válida até 15 de janeiro.

Na maioria dos cruzeiros que saem de portos americanos, quase todos os membros da tripulação e passageiros adultos estão vacinados, e máscaras são exigidas em espaços internos, exceto quando os passageiros estiverem comendo ou bebendo.

Entre as medidas de segurança que a ordem exige --além de informar o número diário de casos de coronavírus-- está um plano de controle e prevenção para cada navio.

A maioria das companhias não anuncia publicamente o número de casos de coronavírus identificados durante as viagens, mas todos os navios de cruzeiro operando de e para portos americanos devem apresentar números diários ao CDC, que usa um sistema de cores para informar ao público se o número de casos está acima ou abaixo do limite da agência para uma investigação.

Atualmente, 88 navios de cruzeiro estão sendo monitorados pelo CDC devido a casos de coronavírus registrados a bordo. A agência não especifica publicamente o número de casos em cada navio.

Traduzido originalmente do inglês por Luiz Roberto M. Gonçalves

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