Delta Airlines investe na Latam para manter 10% do capital da aérea

Americana tinha 20% das ações da chilena, mas participação foi diluída à metade com reestruturação

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Brasília

A americana Delta Airlines anunciou nesta segunda-feira (13) o investimento de US$ 1,2 bilhão (R$ 6,8 bilhões) em três companhias aéreas em reestruturação, das quais já é acionista: a britânica Virgin Atlantic, a mexicana Aeromexico e a chilena Latam Airlines, dona da Latam Brasil.

Com o aporte, a americana vai manter os 49% de participação que detém no capital da Virgin, passa a ser dona de 20% na Aeromexico e terá 10% do capital da Latam.

No caso do grupo chileno, houve uma diluição da participação da Delta que, até então, detinha 20% das ações da Latam Airlines. Isso porque, no final de novembro, o grupo anunciou um plano de reestruturação que propõe a injeção de US$ 8,19 bilhões (R$ 46,5 bilhões) na companhia, por meio de capital novo, títulos conversíveis e dívida.

Avião com a inscrição Delta em uma pista de pouso em aeroporto, com a porta de embarque aberta
Avião da Delta Airlines pousa na pista do Aeroporto Internacional de Los Angeles (LAX): companhia americana terá sua participação diluída pela metade na Latam Airlines - Daniel Slim/AFP

Com isso, a participação da Delta na Latam fica diluída. O aporte (cujo valor não foi revelado) vem para manter a fatia de 10% no capital do grupo chileno. Procurado pela reportagem, o grupo Latam informou que "não comenta iniciativas dos seus acionistas".

Já a Delta informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que os investimentos foram calculados para permitir que a empresa "tenha um bom nível de influência estratégica". "Os valores são baseados nas avaliações esperadas de cada parceira no momento da sua saída da falência", informou.

De acordo com a aérea americana, os investimentos vão apoiar as três companhias a "emergir da pandemia global mais fortes e resilientes".

"O trabalho que cada um de nossos parceiros fez para fortalecer seus negócios para o futuro torna essas parcerias ainda mais valiosas e cria uma nova era de viagens internacionais para beneficiar nossos clientes, funcionários e investidores, à medida que as viagens globais se recuperam em 2022 e além", afirmou, em comunicado, o presidente da Delta, Ed Bastian.

Segundo a americana, o acordo de joint venture (JV) com a Latam combina "as redes de rotas altamente complementares" das aéreas entre as Américas do Sul e do Norte. "Após a aprovação da JV pelo Tribunal Chileno em outubro deste ano, a Delta e a Latam expandiram seus codeshares existentes para melhorar a conectividade entre as Américas do Sul e do Norte", informou.

Em 15 de novembro, as empresas anunciaram a expansão do seu codeshare (acordo de compartilhamento de voos). A expansão permitiu à Latam adicionar à sua rede oito novas rotas internacionais operadas pela Delta entre América do Sul e Estados Unidos, além de 11 destinos nos Estados Unidos a partir de Atlanta.

Já a Delta adicionou à sua rede 12 rotas internacionais operadas pela Latam entre a América do Sul e os Estados Unidos a partir de Miami, Orlando, Nova York (Aeroporto Internacional John F. Kennedy) e Los Angeles (Aeroporto Internacional de Los Angeles - LAX), além de sete rotas internacionais dentro da América do Sul e quatro novos destinos no Chile.

"Investir em nossos parceiros agora —mesmo enquanto continuamos a navegar na pandemia— é a escolha certa para apoiar a estratégia de longo prazo da Delta", disse Dan Janki, vice-presidente executivo e diretor financeiro da companhia americana, em comunicado.

Recuperação global das viagens aéreas ainda é dúvida

Em relatório divulgado neste domingo (12), o banco Goldman Sachs afirma que espera ver uma recuperação mais robusta nas viagens internacionais e corporativas em 2022, depois do movimento de forte recuperação nas viagens domésticas e de lazer observado este ano.

No entanto, ainda existem dúvidas sobre o impacto da variante ômicron sobre as operações das aéreas no ano que vem, alertam. "Se nossa perspectiva atual estiver correta, ainda somos cautelosos quanto ao ambiente de preços em 2022", diz o relatório assinado pelos analistas Catherine O’Brien, Jack Ewell e Kathryn Buda.

Os especialistas afirmam esperar que a capacidade volte mais rápido a ficar em equilíbrio em relação à demanda, com uma melhoria gradual nas viagens corporativas, ainda que não atinja os mesmos níveis de 2019.

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