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Doria terá Meirelles, Zeina Latif, Ana Carla Abrão e Vanessa Rahal na campanha

Pré-candidato do PSDB pode ainda anunciar outros nomes, como o de Persio Arida, a depender de negociações

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São Paulo

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), anuncia nesta quinta (16) ao menos os quatro primeiros nomes do Comitê Econômico de sua campanha à Presidência da República em 2022.

A ex-assessora do Ministério da Economia Vanessa Rahal Canado
A ex-assessora do Ministério da Economia Vanessa Rahal Canado - Lucas Seixas - 24.jun.2019/Folhapress

São eles, segundo interlocutores do tucano: Henrique Meirelles, Ana Carla Abrão, Zeina Latif e Vanessa Rahal Canado, confirmando a expectativa do governador de ter pelo menos três mulheres no grupo.

Ele ainda pode ter mais dois ou até quatro integrantes. Há no Palácio dos Bandeirantes a especulação de que um deles deva ser o economista Persio Arida, um dos pais do Plano Real e ex-marido de Ana Carla.

Segundo aliados do governador, ele e outros nomes estão negociando a liberação junto a seus empregadores para participar do time de Doria, e talvez não sejam anunciados agora.

Doria conversa com Meirelles durante abertura de escritório da InvestSP em Nova York
Doria conversa com Meirelles durante abertura de escritório da InvestSP em Nova York - Luiz C. Ribeiro - 2.dez.2021/Divulgação

O ex-ministro da Fazenda Meirelles, que ocupa a pasta da área no governo estadual paulista, será o porta-voz do grupo. Ele chegou a se colocar como coordenador dele, mas Doria disse à Folha na semana retrasada que não haveria relação de subordinação.

Hoje, o secretário é o principal garoto-propaganda da gestão do tucano na área econômica, que traz alguns números vistosos, como o crescimento acima da média brasileira e a recuperação da capacidade de investimento para níveis não vistos desde antes da recessão de 2015-16 —o estado conta com R$ 50 bilhões para obras e afins no biênio 2021-22.

Em viagem na semana retrasada a Nova York, Doria e Meirelles estiveram juntos com investidores estrangeiros, além de inaugurar um escritório da agência paulista de investimentos, a InvestSP. Com amplo trânsito no exterior, ele foi apresentado como um fiador econômico do presidenciável, e o teto de gastos que elaborou como ministro em 2016, como ponto de venda.

A economista Ana Carla Abrão foi secretária da Fazenda de Goiás de 2015 a 2016, onde ganhou fama como organizadora da máquina pública. É servidora concursada do Banco Central, onde trabalhou, e antes de ir a Goiás esteve na consultoria Tendências e no Itaú. Desde 2017, é chefe do escritório Oliver Wyman no Brasil.

A economista Ana Carla Abrão, ex-secretária da Fazenda de Goiás
A economista Ana Carla Abrão, ex-secretária da Fazenda de Goiás - Karime Xavier - 2.mar.2018/Folhapress

Ela aproximou-se de Doria quando o tucano era prefeito da capital, trabalhando em seu conselho de gestão fiscal. Quando o estado foi atingido pela pandemia em 2020, passou a encabeçar o comitê econômico do combate ao coronavírus. Com trânsito no Congresso, ela trabalha há anos em projetos de reforma do Estado com o ex-presidente do BC Armínio Fraga.

Já Zeina Latif é outro nome conhecido do mercado, considerada uma das economistas mais influentes do país. Ela teve carreira acadêmica ligada à USP, indo depois para a Tendências. A partir de 2002, passou pelos bancos BBVA, HSBC, ABN-Amro Real, ING Bank e Royal Bank of Scotland.

Em 2012, associou-se à Gibraltar Consultoria, onde está até hoje, e em 2014 ingressou na XP Investimentos, onde foi a economista-chefe. Saiu em 2020, após um episódio em que teria feito críticas ao governo de Jair Bolsonaro —ela mesmo preferiu falar em fim de ciclo.

A ex-economista-chefe da XP Investimentos, Zeina Latif
A ex-economista-chefe da XP Investimentos, Zeina Latif - Reinaldo Canato - 19.out.2018/Folhapress

Vanessa Rahal Canado é o nome menos conhecido do grande público do time. Ela foi a assessora especial do ministro Paulo Guedes (Economia) para a área tributária, tendo trabalhado em todos os principais projetos da reforma tributária do governo.

Professora da Fundação Getulio Vargas, Vanessa deixou o cargo no começo deste ano. Ela não quis polemizar, mas em Brasília sua saída é creditada a divergências na condução das negociações entre a pasta e o Congresso sob o comando de Arthur Lira (PP-AL, presidente da Câmara) e Rodrigo Pacheco (PSD-MG, presidente do Senado).

A economista irá trabalhar no projeto de reforma tributária de Doria. Em conversa com a reportagem em Nova York, Meirelles já disse que vê com bons olhos a proposta dos estados em discussão no Congresso, faltando agora a dimensão federal.

Erramos: o texto foi alterado

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), foi identificado incorretamente como Arthur Maia em versão anterior desta reportagem.

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