Fusões e aquisições batem recorde e alcançam US$ 5 tri em 2021

Houve crescimento de 63% nos volumes, para US$ 5,63 trilhões; recorde anterior era de US$ 4,42 trilhões

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Anirban Sen Pamela Barbaglia Kane Wu
Londres e Hong Kong | Reuters

A atividade global de fusões e aquisições (M&A, na sigla em inglês) quebrou recorde histórico em 2021, superando com folga a marca anterior de quase 15 anos atrás.

O valor de fusões e aquisições globalmente ultrapassou em 2021 pela primeira vez os US$ 5 trilhões (R$ 28,5 trilhões, na cotação atual). Houve crescimento de 63% nos volumes, para US$ 5,63 trilhões até 16 de dezembro, de acordo com dados da Dealogic. O resultado é maior do que antigo recorde de US$ 4,42 trilhões (R$ 25,21 trilhões), estabelecido em 2007, ano pré-crise financeira.

"Os balanços patrimoniais corporativos estão incrivelmente saudáveis, com US$ 2 trilhões (R$ 11,4 trilhões) em dinheiro apenas nos Estados Unidos, e o acesso a capital continua amplamente disponível a custos historicamente baixos", disse Chris Roop, que faz parte da chefia do setor de fusões e aquisições do JPMorgan.

Cédulas de dólar - Gabriel Cabral - 24.jan.2019/Folhapress

Empresas dos setores de tecnologia e saúde, que normalmente representam a maior parcela do mercado de M&A, puxaram a fila novamente em 2021, impulsionadas em parte pela demanda reprimida do ano passado, quando o ritmo de fusões e aquisições caiu para um mínimo de três anos devido às consequências financeiras globais da pandemia de Covid-19.

O volume total de negócios nos EUA quase dobrou em 2021, para US$ 2,61 trilhões (R$ 14,9 trilhões), de acordo com a Dealogic. Na Europa, as transações saltaram 47%, para US$ 1,26 trilhão (R$ 7,2 trilhões), enquanto na região Ásia-Pacífico houve aumento de 37%, para US$ 1,27 trilhão (R$ 7,2 trilhões).

"Embora a atividade internacional da China tenha sido modesta, empresas de outros países asiáticos intensificaram a compra de ativos globais. Esperamos ver essa tendência continuar, especialmente para negócios na Europa e nos EUA", disse Raghav Maliah, vice-presidente global da área de banco de investimentos do Goldman Sachs.

A disponibilidade de financiamento impulsionou os negócios de private equity, com volumes mais do que o dobrando em relação ao ano passado, para um recorde de US$ 985,2 bilhões (R$ 5,6 trilhões) , de acordo com a Dealogic.

TAXAS ABUNDANTES

Depois de um ano de restrições pela Covid-19, os principais bancos de investimento de Wall Street incentivaram seus profissionais a encontrarem mais clientes pessoalmente na busca por mandatos mais lucrativos.

"Este ano, devemos ultrapassar os US$ 100 bilhões (R$ 570,5 bilhões) em taxas com a operação global do banco de investimentos", disse Berthold Fuerst, co-diretor global de fusões e aquisições do Deutsche Bank

É esperado os custos de empréstimos aumentem nos próximos meses, dado que o Federal Reserve, dos EUA, indicou que aumentará as taxas no próximo ano para combater a escalada da inflação. No entanto, os banqueiros esperam que a atividade de de M&A permaneça robusta.

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