Descrição de chapéu inflação

Inflação e pandemia atingem recuperação da zona do euro em estágio inicial, diz membro do BCE

Presidente do FED de Atlanta, nos EUA, diz que inflação indisciplinada pode exigir medidas estridentes

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Frankfurt/Reuters e Washington

A recuperação da zona do euro do baque da pandemia ainda está incompleta e o recente choque de inflação e uma nova onda pandêmica estão colocando em risco a retomada, disse o membro do BCE (Banco Central Europeu) Fabio Panetta nesta quinta-feira (2).

"O salto inflacionário decorrente de choques de oferta global e o ressurgimento da pandemia estão atingindo a zona do euro em um estágio inicial de sua recuperação", disse Panetta em conferência.

"Não apenas ainda estamos longe de ter devolvido a economia à sua tendência pré-pandêmica, mas a atividade de serviços e o investimento continuam bem abaixo de seus níveis pré-pandemia", disse ele.

Funcionário de mercado na Alemanha faz pesquisa sobre as regras de controle de Covid com não residentes - Thilo Schmuelgen/Reuters

Já o chefe do banco central finlandês, Olli Rehn, manteve sua descrição do atual aumento da inflação como "transitória", mesmo com colegas do banco central norte-americano defendendo nesta semana abandonar o mantra.

"Reconheço que a experiência micro de nossos cidadãos na bomba de combustível é bastante diferente da leitura macro de economistas e banqueiros centrais", disse Rehn em uma conferência.

"Ainda assim, em nossa opinião, a inflação da zona do euro é em grande parte transitória... mesmo que alguns de seus componentes provavelmente prevaleçam por mais tempo no próximo ano do que o esperado", disse ele.

Inflação nos EUA

A secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, disse nesta quinta-feira que reduzir as tarifas impostas pelo governo Trump sobre produtos importados da China por meio de uma retomada de um processo de exclusão tarifária poderia ajudar a aliviar algumas pressões inflacionárias, mas não representaria "uma virada de jogo".

Yellen disse na conferência Reuters Next acreditar que as tarifas de até 25% sobre centenas de bilhões de dólares em importações anuais da China "contribuem para a alta dos preços nos Estados Unidos".

"E as tarifas de Trump que foram postas em prática, algumas delas criam problemas sem nenhuma justificativa estratégica real", acrescentou ela.

Exclusões anteriores de tarifas específicas para produtos chineses haviam expirado no fim de 2020, mas a representante de Comércio dos EUA, Katherine Tai, lançou um novo processo de exclusão tarifária direcionada como parte de seu compromisso com as autoridades chinesas no acordo comercial de "Fase 1" assinado no início de 2020.

Yellen citou o processo de exclusão entre outras etapas nas quais a administração Biden está trabalhando para mitigar pressões de preços, incluindo trabalhar com portos e empresas privadas para desbloquear as cadeias de abastecimento e manter os produtos fluindo para os consumidores.

"Este é um processo pelo qual as tarifas podem ser reduzidas. E acho que isso poderia ser útil", disse ela sobre o processo de exclusão tarifária. "Novamente, não é uma virada de jogo. Mas essas são coisas que estamos fazendo para tentar mitigar essas pressões."

Yellen disse que atualmente não tem uma visita à China em sua agenda, mas espera continuar a se envolver com seu colega, o vice-premiê Liu He, em uma série de questões econômicas.

Na lista dessas questões estão as práticas de tecnologia da China, os mercados de valores mobiliários, as práticas nas taxas de câmbio e os esforços da China para reequilibrar sua economia na direção de dar maior peso ao consumo das famílias.

Yellen disse que o país asiático "poderia dar uma grande contribuição para mitigar os desequilíbrios globais. Todos esses são tópicos que estivemos discutindo e espero que esses diálogos continuem".

Medidas 'estridentes'

O presidente do Federal Reserve (Fed) de Atlanta, Raphael Bostic, disse na conferência Reuters Next nesta quinta-feira que, se a inflação não recuar como esperado nos próximos um ou dois anos, o Fed (banco central norte-americano) pode precisar "tomar medidas mais estridentes" para controlá-la.

Bostic, que já ventilou pelo menos um aumento nas taxas de juros em 2022, afirmou que seu caminho preferido rumo à chamada taxa de juros "neutra" do Fed nos próximos anos seria "lento e estável".

Mas o integrante do banco central ponderou que, se a dinâmica que ele espera agora que imponha pressão de baixa sobre a inflação falhar em sua materialização, "podemos ter que dar passos mais estridentes".

Como as autoridades do Federal Reserve (Fed) sempre precisam estar preparadas para vários cenários econômicos, pode ser hora de começar a traçar um plano para subir os juros de forma a enfrentar a inflação acima da meta, disse nesta quinta-feira a presidente do Fed de San Francisco, Mary Daly.

Os formuladores de política monetária podem precisar começar a reduzir algumas das medidas extras de alívio monetário que estão "dando à economia e começar a traçar um plano para, pelo menos, você sabe, pensar sobre aumentar a taxa de juros", disse Daly durante evento virtual organizado pela o Instituto Peterson de Economia Internacional.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.