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Morte pela variante ômicron e juros nos EUA freiam Bolsa

Ibovespa cede 0,35%; dólar salta a R$ 5,67, apesar de intervenção do Banco Central

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São Paulo

A abertura da sessão na Bolsa de Valores nesta segunda-feira (13) indicava um dia de alta, mas a notícia da primeira morte causada pela variante ômicron do coronavírus no Reino Unido e a expectativa de aumento dos juros nos Estados Unidos tiraram o ímpeto do mercado.

O Ibovespa, índice de referência da Bolsa de Valores brasileira, fechou em queda de 0,35%, a 107.383 pontos. O indicador chegou a subir 1,6% ao atingir a máxima do dia, de 109.492 pontos.

O dólar subiu 1,06%, a R$ 5,6740. O Banco Central ainda vendeu US$ 905 milhões (R$ 5,09 bilhões) no mercado à vista no início da tarde, mas isso apenas tirou um pouco da força da divisa americana frente ao real.

Consumidores realizam compras de Natal em rua de Londres, no Reino Unido
Consumidores realizam compras de Natal em rua de Londres, no Reino Unido - Peter Nicholls/Reuters

Ainda pela manhã, o primeiro-ministro britânico Boris Johnson comunicou a primeira morte pela cepa anunciada por um país desde que ela foi identificada por cientistas na África do Sul.

A Bolsa de Londres fechou em queda de 0,83%. As quedas também marcaram o dia dos demais principais índices de ações na Europa.

"Notícias negativas sobre a Covid-19 trazem de volta o receio de que as restrições à circulação de pessoas possam ser retomadas", diz Gustavo Cruz, estrategista da RB Investimentos. "Notícias de cancelamentos de voos e em reservas de hotéis na Europa já demonstram que as pessoas voltaram a adotar posturas mais cautelosas", comenta.

No mercado americano, a notícia sobre a variante reforçou uma tendência de venda já esperada às vésperas da reunião de dois dias do Fed (Federal Reserve, o banco central americano), que poderá indicar um aperto monetário mais forte no país.

Pressionado pela maior alta de preços ao consumidor em quase 40 anos, o Fed tende a sinalizar na próxima quarta-feira (15) uma elevação dos juros do país e a diminuição mais rápida das compras de ativos no mercado. As medidas, iniciadas durante a pandemia para combater os efeitos da paralisação da economia, prejudicam o controle da inflação.

"A aversão ao risco ocorre, principalmente, devido ao Fed, que pode aumentar o tapering [jargão para indicar o afilamento dos estímulos econômicos], o que gera certa volatilidade", diz Mauro Morelli, estrategista-chefe do escritório de investimentos Davos.

Em Wal Street, Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq recuaram 0,89%, 0,91% e 1,39%, respectivamente.

Na Bolsa de Nova York, as ações do Nubank recuaram 8,78%, em um movimento de ajuste em relação à alta superior a 30% que havia sido acumulada nos dois primeiros pregões após o início da oferta pública na última quinta-feira (9).

O petróleo Brent cedeu 1,05%, a US$ 74,36 (R$ 419,02). A commodity vem perdendo terreno conforme surgem novas dúvidas sobre a eficácia das vacinas contra a variante ômicron. Os papéis preferenciais da Petrobras cederam 0,61%.

Em uma sessão marcada por baixas espalhadas por setores mais vulneráveis a medidas de restrição de locomoção, a Magazine Luiza caiu 5,02%.

Os papéis da Americanas recuaram 4,49%, no primeiro pregão após a aprovação da fusão das ações da empresa com as da Lojas Americanas, que também recuaram (-3,59%).

A Vale subiu 2,92%, a principal alta entre os papéis mais negociados do dia. A mineradora foi beneficiada por declarações do governo da China, principal comprador do minério de ferro brasileiro, que indicaram a criação de estímulos para o crescimento econômico do país.

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