Descrição de chapéu réveillon

Réveillon lota hotéis e anima bares e restaurantes no Rio

Setores de hotelaria e alimentação têm demanda aquecida com chegada de turistas

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Rio de Janeiro

Após ser atingido em cheio pela pandemia, o setor de turismo na cidade do Rio de Janeiro vive clima de otimismo com a proximidade do Réveillon. A rede hoteleira carioca projeta 100% de ocupação até a noite da virada de ano, e bares e restaurantes também sentem aumento no fluxo de clientes.

Em uma tentativa de frear aglomerações, a Prefeitura do Rio cancelou shows musicais, mas manteve a queima de fogos em pontos como a praia de Copacabana, na zona sul.

A ocupação da rede hoteleira da cidade iniciou esta semana na faixa de 92%, conforme balanço do HotéisRIO (Sindicato dos Meios de Hospedagem do Município do Rio de Janeiro).

A expectativa é alcançar 100% com um público formado majoritariamente por turistas brasileiros, diz o presidente da entidade, Alfredo Lopes.

O dirigente atribui a demanda aquecida a uma combinação de fatores. Entre eles, estão o dólar alto, que encarece viagens para o exterior, e o avanço da vacinação contra a Covid-19.

Praia de Ipanema, no Rio, lota às vésperas do Réveillon - Márcia Foletto - 28.dez.2021/Agência O Globo

No Rio, mais de 80% da população total já recebeu as duas doses ou a dose única dos imunizantes, segundo dados da prefeitura. A administração municipal determina a apresentação do comprovante de vacinação para entrada em locais como hotéis, bares e restaurantes.

"Há um conjunto de fatores para explicar a demanda. O dólar e o euro estão caríssimos, houve recrudescimento da Covid-19 em outros países. Temos um alto índice de cobertura vacinal no Rio, e as pessoas querem celebrar", diz Lopes.

"Como o Réveillon caiu neste ano de sexta-feira para sábado, os pacotes de viagens estão mais estendidos. As pessoas ficam na cidade", completa.

O ramo de bares e restaurantes também comemora a chegada de visitantes após os prejuízos sentidos na pandemia.

Estabelecimentos que costumam receber turistas na cidade esperam uma alta nominal (sem levar em conta a inflação) de 25% a 30% no faturamento devido ao Ano-Novo em comparação com o desempenho do setor nos últimos meses, diz o presidente da Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes) no Rio de Janeiro, Pedro Hermeto.

A entidade prevê números similares aos do Réveillon de 2019, no pré-crise. "Sem dúvida, dá para perceber uma movimentação maior. É nítida a melhora na demanda com a proximidade do Réveillon. O volume de clientes aumentou muito", conta Hermeto.

Na visão dele, a vocação turística do Rio e a demanda reprimida na pandemia ajudam a explicar o cenário na virada de ano.

A procura aquecida surge em um momento de pressão de custos para bares e restaurantes. Nos últimos meses, itens como alimentos e energia elétrica ficaram mais caros, o que pressiona as margens de lucro dos negócios.

"Os custos preocupam muito. A inflação está tirando margem, não conseguimos repassar 100% do aumento das despesas para os preços. A maioria dos restaurantes já está fazendo o repasse para o cardápio, mas não consegue de maneira integral. Nossa margem fica menor", comenta.

Na semana passada, ao detalhar a operação de Réveillon, a prefeitura afirmou que seguiu recomendações do comitê científico da cidade. A administração municipal apontou que haverá queima de fogos em dez pontos do Rio para tentar evitar grandes deslocamentos da população.

"Queremos celebrar a passagem de ano de forma tranquila, segura e organizada. Tivemos uma reunião do comitê científico que confirmou a realização do Réveillon da forma apresentada pela prefeitura. Também tivemos a autorização do comitê científico do governo do estado. Estamos fazendo de tudo para não incentivar grandes deslocamentos e grandes aglomerações", disse na ocasião o prefeito Eduardo Paes (PSD).

Em outubro, reportagem da Folha mostrou que o setor de turismo em cidades como o Rio projetava uma demanda maior em razão das datas festivas na reta final de 2021. O que já animava o setor era a combinação entre restrições menores à circulação de pessoas e demanda reprimida por viagens durante a pandemia.

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