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Folha ESG sustentabilidade

Startups serão protagonistas dos avanços sociais e ambientais

Com o ESG entrando para a agenda empresarial, greentechs deverão receber cada vez mais investimentos

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Beatriz Bevilaqua

É jornalista e comunicadora de startups

Em 2022, muitas organizações vão se aprofundar ainda mais em suas mudanças, se ajustando à nova realidade pós-pandemia.

Assim como as healthtechs (startups da área de saúde) ganharam espaço no auge da crise sanitária, as ESGtechs, também conhecidas como greentechs, devem se tornar as novas protagonistas da agenda social, ambiental e de governança na próxima década.

Neste ano, a ONU fez seu alerta mais incisivo sobre a crise climática global. Hoje os consumidores estão muito mais conscientes e críticos, enquanto as empresas estão focadas nas melhores práticas por soluções sustentáveis a longo prazo. Os números evidenciam isso.

Só no Brasil, as greentechs receberam US$ 532,4 milhões (R$ 2,9 bilhões) em 54 aportes de investidores até o momento neste ano —quase o dobro de 2020, segundo a plataforma de inovação aberta Distrito.

O Brasil é um dos países com maior biodiversidade no mundo, e tem inúmeros desafios. Hoje reciclamos, em média, apenas 3% de todo o resíduo gerado. Mais de 50% das cidades do país ainda destinam os seus resíduos para lixões, e a outra parte destina a aterros sanitários.

São desperdiçadas cerca de 41 mil toneladas de alimentos por ano. Isso nos coloca entre os 10 países que mais jogam comida fora no mundo, segundo levantamento do WRI (World Resource Institute).

Além disso, o Brasil nunca teve tantas queimadas e desmatamentos quanto os que ocorreram nos últimos anos.

Com esse cenário, muitas ESGtechs brasileiras trabalham desenvolvendo soluções inovadoras como a Quiron Digital, que faz monitoramento de ameaças florestais por meio de dados de satélites e nanossatélites que atuam de forma precisa em qualquer parte do globo.

Outras iniciativas surgem de dentro do laboratório universitário, como a catarinense Arboran, fundada por um biólogo para acelerar a arborização urbana nas capitais.

As grandes soluções não estão somente no Sul e no Sudeste. A Amachains, do Amazonas, faz a rastreabilidade de cadeias produtivas e é especializada em blockchain. A startup une e audita as informações do setor, sobretudo de pequenos agricultores.

Com os princípios ESG entrando para a agenda empresarial, as startups desse segmento deverão receber cada vez mais investimentos.

De acordo com um relatório da consultoria global Allied Market Research, o volume de recursos alocados em greentechs deve saltar para US$ 44,6 bilhões (cerca de R$ 243 bilhões)já em 2026.

Mas para que alcancemos o máximo crescimento dessas startups nos próximos anos, dependemos da realização de uma série de ações.

Conforme escrevi em um dos meus artigos, é preciso garantir um ambiente regulatório sustentável para que as startups consigam ganhar escala, efetivamente gerando mais empregos e movimentando toda a economia. Portanto 2022 será um ano decisivo, pois escolheremos os próximos governantes do país.

É preciso acompanhar todas as propostas de políticas públicas para startups de cada candidato para que as nossas decisões não impactem negativamente o futuro do nosso país —economicamente, ambientalmente e socialmente. Já sabemos que o preço costuma ser bem alto.

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