Descrição de chapéu inflação

Supermercados ampliam variedade de marcas para driblar inflação, diz setor

Quantidade de produtos comprados em lojas caiu 0,24% em outubro, aponta associação

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Rio de Janeiro

Os supermercados brasileiros estão buscando ampliar o número de marcas de produtos e a variedade de preços para tentar driblar os efeitos da inflação, indicou nesta quinta-feira (9) o vice-presidente institucional e administrativo da Abras (Associação Brasileira de Supermercados), Marcio Milan.

"A gente tem visto um esforço dos supermercados para trazer marcas e preços alternativos. O consumidor está pesquisando mais, e há promoções", disse.

Em 12 meses, até outubro, a inflação oficial do país, medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), avançou 10,67%. No grupo alimentação e bebidas, a alta foi maior, de 11,71%.

O dirigente citou a estratégia durante apresentação sobre o consumo nos lares de produtos vendidos pelo setor. Em outubro, o consumo recuou 0,24% em volume, na comparação com igual mês de 2020, segundo a Abras.

No acumulado do ano, até outubro, o indicador registra avanço, de 3,14%. A associação avalia que a inflação alta pesa no bolso dos consumidores neste momento, já que diminui o poder de compra da população.

Supermercado vende carnes em Santo André - Rivaldo Gomes - 26.nov.2021/Folhapress

Segundo Milan, a ampliação de marcas ajudou o consumo a subir 4,95% em outubro, se comparado a setembro. O dirigente ainda lembrou que outubro teve 31 dias, um a mais do que o mês anterior, o que também levou o resultado para cima na margem.

No acumulado do ano, até dezembro, a Abras segue com a projeção de avanço de 4,5% no consumo, mas não descarta uma revisão para baixo, segundo Milan.

A entidade associa o possível crescimento no acumulado a fatores como aberturas de lojas —foram 650 ao longo do ano— e menos restrições a atividades.

"Em 2020, novembro e dezembro foram meses de restrições. E estamos falando de no mínimo 650 lojas novas neste ano. O número [acumulado do ano] tende a aumentar, mas talvez não chegue aos 4,5%", indicou Milan.

Natal

Mesmo com a pressão inflacionária, a Abras prevê alta de 14% no consumo de produtos de Natal, em termos de volume, neste ano. Essa lista inclui itens como panetones e aves.

A projeção de avanço, disse Milan, está associada a fatores como o aumento no número de marcas, além da derrubada de medidas restritivas para frear a Covid-19.

A pesquisa da Abras contempla diferentes tipos de lojas, de supermercados tradicionais a minimercados, hipermercados, atacarejos e ecommerce.

Em outubro, o gasto com uma cesta de 35 produtos de largo consumo cresceu 2,20% em relação a setembro, para R$ 700,04, calcula a entidade. Na comparação com outubro do ano passado, a cesta ficou mais cara em 17,27%.

A Grande Porto Alegre teve o maior valor desses itens em outubro: R$ 795,45. Cuiabá (MT), por sua vez, registrou o mais baixo: R$ 540,07.

As maiores altas de preços em outubro, frente a setembro, foram de tomate (28,8%), batata (24,1%), frango congelado (6,3%), café torrado e moído (6,11%) e açúcar (4,8%).

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.