Descrição de chapéu inflação

Venda pela internet cresce 39% em SP, mas representa só 5% do varejo

Faturamento real, com o desconto da inflação, é estimado em R$ 43,3 bilhões em 2021

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São Paulo

Mesmo diante do crescimento tímido do varejo à medida que a vacinação avança e as lojas físicas retomam as atividades, o comércio eletrônico de São Paulo deve encerrar 2021 com alta de 39% nas vendas, segundo projeção da FecomercioSP e da NielsenIQ|Ebit.

O faturamento real, com o desconto da inflação, é estimado em R$ 43,3 bilhões, R$ 12 bilhões a mais que 2020.

O valor é puxado pela venda de bens duráveis, como eletroeletrônicos e eletrodomésticos, que registrou crescimento de 46% no faturamento real em relação ao ano passado, alcançando R$ 31,3 bilhões.

Trabalhadoras em centro de distribuição em Cajamar; ecommerce cresce apesar da crise
Trabalhadoras em centro de distribuição em Cajamar; ecommerce cresce apesar da crise - Danilo Verpa/Folhapress

Bens não duráveis, como alimentos, também tiveram alta de 29% (R$ 5 bilhões), e semiduráveis, como vestuário e calçados, aumento de 19% (R$ 7 bilhões).

"O consumidor comprou mais e com preço maior. Havia uma demanda residual de bens duráveis, ainda do primeiro ano da pandemia, e as pessoas compraram na internet mesmo com queda de renda e endividamento das famílias", afirma Kelly Carvalho, assessora econômica da FecomercioSP.

A venda de computadores e eletrodomésticos atingiu ápice em 2020, quando iniciaram as restrições sociais impostas pela Covid-19 e muitos brasileiros ficaram em casa. No entanto, uma parcela considerável dos consumidores deixou para repor esses itens em 2021, movimento que não deve se repetir em 2022.

A expectativa é de desaceleração desse setor no próximo ano, ao passo que bens não duráveis devem ganhar mais participação no comércio online. Esse movimento já foi percebido na Black Friday deste ano, marcada pela venda de itens básicos, como alimentos, bebidas e produtos de higiene.

A Fecomercio estima que o comércio eletrônico mantenha crescimento em 2022, mesmo com o retorno das atividades presenciais, se for possível diante da variante ômicron.

"Quando o consumidor entende que algo é vantajoso para ele, isso passa a fazer parte do seu dia a dia. Além disso, os meios de pagamentos digitais, como o PIX, atraíram novos consumidores, como os que ainda não têm cartão de crédito, por exemplo, potencializando as vendas", diz a entidade.

Mais de 13 milhões de novos consumidores realizaram a sua primeira compra online durante a pandemia.

Embora o crescimento seja alto, o ecommerce ainda tem baixa representação no total de vendas do estado. A participação é de 5,4%, frente a 3,6% em 2020.

O valor médio gasto aumentou em relação ao ano passado. No segundo trimestre, a alta foi de 20,4% (R$ 482), puxada, principalmente, por bens duráveis. Esses itens, além de terem maior valor agregado, sofreram impacto no preço com a inflação e o dólar.

A expectativa do mercado é de um Natal sem presentes caros, seguindo a tendência da Black Friday, que teve vendas mornas nas lojas físicas e queda de faturamento se considerada a inflação.

De acordo com a Neotrust, que capta transações de grandes redes e cobre mais de 80% do mercado digital, o faturamento da data neste ano foi de R$ 5,4 bilhões, alta nominal de 5,8% na comparação com 2020. Já a NielsenIQ|Ebit calculou R$ 4,2 bilhões em vendas, alta de 5%.

Considerando a inflação, que registra em 12 meses a maior alta desde o começo de 2016, o faturamento caiu 4,4% e 5,1%, respectivamente.

De acordo com dados do IBGE, no acumulado deste ano, até outubro, o varejo total brasileiro registrou avanço, estimado em 2,6%. Em período de 12 meses, também houve crescimento de 2,6%. As duas taxas, contudo, já foram maiores ao longo de 2021.

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