Descrição de chapéu Santander Europa

Visão negativa sobre América Latina é equivocada, defende presidente do Grupo Santander

Ana Botín afirma que região teve importantes avanços econômicos nas últimas décadas

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São Paulo

Os países da América Latina passaram por uma importante evolução nos campos econômico, social e político ao longo das últimas décadas, e estão bem posicionados em escala global para continuar crescendo em 2022.

A avaliação é de Ana Botín, presidente do Grupo Santander. Ela diz não concordar com a visão mais negativa, que ela percebe, de parte do mercado, em relação à região para os próximos anos.

"Essa visão bastante negativa [sobre América Latina] é uma das muitas fake news, porque parece dizer que nas últimas três décadas não ocorreram avanços sociais, econômicos ou políticos na região", afirmou a executiva, durante coletiva virtual com a imprensa nesta quarta-feira (15). "Os preços dos ativos [no Brasil] estão desvalorizando e a moeda é uma oportunidade na nossa opinião", disse a presidente do Grupo Santander.

Presidente do Grupo Santander, Ana Botín, durante coletiva com a imprensa na Espanha
Presidente do Grupo Santander, Ana Botín, durante coletiva com a imprensa na Espanha - Pierre-Philippe Marcou - 29.jan.2020/AFP

Segundo ela, o avanço nas condições financeiras da população de modo geral desde os idos dos anos 1990, com o ingresso de milhares de pessoas na classe C, contribuiu de maneira relevante para o crescimento da operação do banco na região até aqui, e deve seguir como um fator importante para o negócio.

"Muitas pessoas nos disseram que estávamos errados quando compramos o Banespa, não esperavam que conseguiríamos os resultados que conseguimos", afirmou. "Sabemos que as crises são passageiras."

Na avaliação da presidente do Grupo Santander, o ciclo político no qual se encontram diversos grandes países latino-americanos terá como balizador as propostas dos candidatos para expandir os níveis de desenvolvimento e de equidade demandados pela crescente classe média.

"Hoje a América Latina é uma região melhor do que nos anos 1990", afirmou a executiva, acrescentando que a maior parte dos países da região não atravessou crises bancárias ou de caráter soberano ao longo da última década.

"Para o Santander, a América Latina é muito mais do que um mercado, faz parte da nossa história, do nosso presente, e obviamente também do nosso futuro."

Ela disse também que o crescimento da atividade econômica latino-americana tem profunda relação com a dinâmica observada nos mercados globais. E as condições internacionais ainda parecem favoráveis para 2022, pontuou a executiva.

Ainda que com algum ajuste previsto para os próximos meses, a presidente do Grupo Santander destacou que os preços das commodities devem seguir em patamares elevados, enquanto as taxas de juros nos Estados Unidos continuarão em níveis bastante comprimidos.

Presidente do Santander Brasil, Sérgio Rial acrescentou que o Brasil está incluído na estratégia de longo prazo da instituição financeira de origem espanhola.

"Quando compramos o Banespa e pagamos R$ 7 bilhões naquela altura, muita gente achava que havia sido uma loucura. E hoje a história se provou que no longo prazo, com boa gestão, o Brasil é um belíssimo lugar para você investir", afirmou Rial, que em janeiro de 2022 assume a presidência do conselho de administração do Santander Brasil, sendo substituído por Mário Leão, hoje à frente da área de atacado do banco.

Já Leão afirmou que o momento aquecido para o setor de infraestrutura, em áreas como energia e saneamento, tem sido um importante canal para atrair a atenção de investidores europeus e asiáticos à região. "Esse é um Brasil seguramente que tem dado certo, das concessões, das PPPs [parcerias público-privada], das privatizações", disse Leão.

"O Santander tem sido um canal conduíte pelo qual as autoridades brasileiras têm ido à Europa através da Espanha para buscar investimentos", acrescentou.

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