Aéreas x 5G, impulso chinês reflete na Bolsa e o que importa no mercado

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Aéreas x 5G

Companhias aéreas de várias partes do mundo estão cancelando ou remarcando seus voos nos EUA com o temor de que a instalação de antenas 5G perto dos aeroportos possa prejudicar o pouso do modelo Boeing 777.

Entenda: a disputa entre as aéreas, as empresas de telecomunicação e as agências reguladoras vem se arrastando há semanas no país.

Na segunda (17), a AT&T e a Verizon decidiram adiar a instalação de algumas antenas próximas de terminais aéreos, mas reforçam que não há problema de segurança.

Boeing 787 da United Airlines passa ao lado de uma torre celular no Aeroporto Internacional de Los Angeles
Boeing 787 da United Airlines passa ao lado de uma torre celular no Aeroporto Internacional de Los Angeles - Patrick T. Fallon/AFP

O problema: as companhias e a fabricante afirmam que a bronca está no rádio-altímetro do Boeing 777, um dos mais usados no mundo para viagens de longa distância.

Esse instrumento é importante principalmente na aterrissagem com baixa visibilidade.

Alternativas: a Latam decidiu trocar os jatos das rotas que ligam o Brasil aos EUA, colocando no lugar o Boeing 767 ou o menor, porém mais moderno, 787 Dreamliner

Nesta quarta (19), duas companhias japonesas anunciaram que irão retomar os voos com o Boeing 777 aos EUA após a agência americana de aviação afirmar que não há mais problemas de segurança com o adiamento anunciado pelas teles.

E aqui? A telefonia 5G deve chegar ao país em julho deste ano, mas a questão da interferência nas aeronaves já faz parte das discussões de empresas e autoridades.

No Brasil, há diferenças de frequências em relação aos EUA, e as chances de interferência são consideradas desprezíveis. A Anatel, porém, avalia a instalação de filtros anti-5G em aviões. O objetivo da agência, segundo os técnicos, é dar mais garantia à Embraer na venda de seus aparelhos.


Bolsa ignora mau humor do exterior

A Bolsa brasileira mais uma vez evitou o azedume do exterior e fechou em alta de 1,26%, a 108.013 pontos, o maior patamar em um mês.

O dólar caiu 1,70%, a R$ 5,4660, na menor cotação desde a primeira quinzena de novembro.

O que explica:

  • China: o gigante asiático está indo na contramão de outros países ao prometer estímulos econômicos. Com aumento nas expectativas de demanda pelo minério de ferro, quem se deu bem foi a Vale, que subiu 2,20%.
  • Varejo: as empresas do setor estiveram entre as maiores altas do dia. As ações dessas companhias, mais sensíveis à retração do consumo, reagiram bem à queda dos juros futuros.

E o petróleo? A commodity seguiu sua sequência de alta, e o barril do tipo Brent, referência internacional, subiu 0,21%, a US$ 87,69 (R$ 482,04). O mercado está de olho no impacto que essa disparada terá na inflação.

Mais sobre Bolsa:

No vermelho:
a empresa de maquininhas de pagamento Stone, listada na Nasdaq, viu suas ações caírem de US$ 94,09 (R$ 517,98), em fevereiro de 2021, para US$ 16,86 (R$ 92,81) no final do ano, uma retração de 82,1%.

A alta taxa de inadimplência observada, o ciclo de aperto monetário e as dificuldades operacionais afetaram os resultados da empresa e a visão do mercado.


Fintech do agro capta R$ 120 mi

A fintech de crédito rural Agrolend anunciou uma captação de R$ 120 milhões para a expansão do seu negócio focado em propriedades médias de todo o país.

O aporte:

  • Uma parte, de R$ 80 milhões, foi em uma rodada série A –a inicial de startups que já validaram seu negócio– liderada pelo fundo Valor Capital, que tem os unicórnios Loft, CloudWalk e Gympass na carteira.
  • A fatia restante, de R$ 40 milhões, foi por meio de um FIDC (Fundo de Investimento em Direitos Creditórios, exercidos por títulos de crédito), emitido pela startup para viabilizar a concessão dos empréstimos.
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Os fundadores da Agrolend, da esquerda para a direita: Carlos Fagundes, Valéria Bonadio, Andre Glezer, Alan Glezer e Leopoldo Vettor - Divulgação

Como funciona: a Agrolend usa a agilidade típica das startups viabilizada pela tecnologia para acelerar a oferta de crédito.

Após preencher um cadastro e ser aprovado, o produtor só precisa assinar o contrato e fotografá-lo. A partir daí, o capital de giro é liberado para financiar suas atividades, como a compra de insumos.

Público-alvo: vai na contramão das fintechs do setor bancário, já que a maioria dos clientes tem mais de 50 anos. Com um faturamento entre R$ 500 mil e R$ 5 milhões por ano, esses produtores estão numa faixa menos atendida por linhas de crédito, segundo a startup.

A previsão da Agroland, que hoje tem 300 clientes, é de que há 700 mil produtores nessa faixa no país. A startup mira um crescimento de 20 vezes na sua base de clientes nos próximos dois anos.


Compra da Microsoft desafia Sony

O mercado reagiu de diferentes formas no dia seguinte à compra da Activision Blizzard pela Microsoft. A aquisição de US$ 75 bilhões (R$ 414 bi) foi a maior da história do setor.

Entenda: de um lado, os papéis de produtoras menores fecharam em alta, com os investidores na expectativa de que as fusões e aquisições aumentem, em um cenário de consolidação do setor.

Do outro, as ações da Sony chegaram a cair 13% antes de encerrar o dia em baixa de 5%. Analistas dizem que a empresa, assim como outras do setor, pode ser pressionada a abrir os cofres para rebater o avanço da Microsoft.

Logo da Sony com fundo preto e as letras brancas
Logo da Sony na sede da empresa, em Tóquio; ações da companhia despencaram após compra da Activision pela Microsoft - Kazuhiro Nogi/AFP

Exclusividade? O mercado está de olho em como a big tech americana irá agir a partir de agora.

  • Uma eventual limitação dos jogos da Activision ao Xbox, em uma tentativa de transformar seu modelo de assinatura Game Pass na "Netflix dos games", acertaria em cheio as vendas do Playstation, da Sony.
  • Estão no catálogo da Activison produtos como a série "Call of Duty", a saga "Tony Hawk’s" e o clássico "Crash Bandicoot". A Microsoft ainda não anunciou se tornaria os jogos exclusivos do Xbox.

O que mais você precisa saber

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