As operadoras americanas de telefonia AT&T e Verizon rejeitaram neste domingo (2) um pedido das autoridades para adiar novamente a operação de suas novas faixas de frequência 5G, devido a preocupações da indústria aérea.
A data de lançamento do serviço 5G, inicialmente previsto para 5 de dezembro, já tinha sido adiada uma vez para 5 de janeiro.
Mas na sexta-feira (31), o secretário de Transportes dos Estados Unidos, Pete Buttigieg, e o chefe da entidade reguladora da aviação, Steve Dickson, pediram às duas operadoras uma nova suspensão por no máximo duas semanas. AT&T e Verizon se negaram a responder afirmativamente a esta solicitação.
"Aceitar sua proposta seria (...) uma evasiva sem precedentes e injustificada do devido processo", lamentou John Stankey, diretor-executivo de AT&T, e Hans Vestberg, diretor-executivo da Verizon, em carta à qual a agência de notícias AFP teve acesso. As empresas também disseram que seria uma abdicação irresponsável do controle operacional requerido para implantar redes de comunicações.
Os dois diretores denunciaram a inação do setor aeronáutico para estudar o impacto do 5G em seus dispositivos. Segundo eles, a atitude deu lugar a pedidos de última hora. Em fevereiro de 2020, foram atribuídos ao setor as faixas de frequência 3,7-3,8 GHz, após uma licitação de dezenas de bilhões de dólares.
No entanto, os diretores da AT&T e Verizon disseram continuar sua cooperação com a secretaria de Transportes e todas as partes interessadas, desde que a Administração Federal de Aviação (FAA, sigla em inglês) e a indústria da aviação se comprometam a fazer o mesmo.
As fabricantes de aviões Airbus e a Boeing expressaram recentemente sua preocupação com a possível interferência do 5G nos radioaltímetros dos aviões.
As duas operadoras argumentam que aviões entram e saem da França todos os dias com milhares de passageiros americanos e com o aval pleno da FAA.
No entanto, a Autoridade de Aviação Civil francesa recomendou, em fevereiro passado, desligar os dispositivos móveis com 5G a bordo, devido ao risco de interferência de sinal, que poderia provocar erros críticos durante as fases de aterrissagem com instrumentos. Também tinha proposto limitar a potência das antenas 5G situadas perto de certos aeroportos.
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