Balança comercial brasileira tem superávit de US$ 61 bi em 2021

Dado acumulado do ano, por sua vez, foi mais baixo do que o projetado pelo Ministério da Economia

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Brasília | Reuters

A balança comercial brasileira encerrou 2021 com superávit de US$ 61,008 bilhões (quase R$ 343,5 bilhões), informou o Ministério da Economia nesta segunda-feira (3).

Em dezembro, o saldo comercial ficou positivo em US$ 3,948 bilhões (mais de R$ 22,2 bilhões), melhor do que as projeções de mercado. Pesquisa da Reuters com economistas apontava expectativa de saldo negativo de US$ 1,2 bilhão (mais de R$ 6,756 bilhões) para o período.

O dado acumulado do ano, por sua vez, foi mais baixo do que o projetado pelo Ministério da Economia. A expectativa mais recente da pasta, divulgada em outubro, apontava superávit comercial de US$ 70,9 bilhões em 2021 (quase R$ 400 bilhões).

Um dos 55 terminais de carga do Porto de Santos, o maior da América Latina - Bruno Santos - 3.abr.2020/Folhapress

Ainda assim, o número é 21,1% melhor do que o observado em 2020, quando o saldo ficou em US$ 50,393 bilhões (mais de R$ 283,7 bilhões).

A balança de 2021 é resultado de US$ 280,394 bilhões (quase R$ 1,6 trilhão) em exportações, 34% acima de 2020, e US$ 219,386 bilhões (mais de R$ 1,2 trilhão) em importações, que cresceram 38,2% em comparação com o ano anterior. Como resultado, a corrente de comércio —soma das exportações e importações— atingiu US$ 499,8 bilhões, também recorde e 35,8% acima do ano anterior.

Projeções não levam em conta nova onda de Covid, diz secretário

Para 2022, o Ministério da Economia espera saldo comercial positivo de US$ 79,4 bilhões (mais de R$ 447 bilhões). ​

O secretário de Comércio Exterior do ministério, Lucas Ferraz, disse que as estimativas ainda têm alto grau de incerteza devido aos riscos associados a eventual nova onda de Covid-19. Os preços das commodities ficarão um pouco mais baixos em 2022 em relação a 2021, mas a safra de grãos será recorde (de 291,1 milhões de toneladas) e a economia verá recuperação de serviços e mercado de trabalho, afirmou o secretário, ressalvando que as projeções do Ministério da Economia para a balança comercial em 2022 se referem a um cenário-base que não leva em consideração risco de nova onda de Covid-19.

De acordo com os dados da pasta, haverá aumento de 1,4% nas exportações neste ano em relação a 2021, a US$ 284,3 bilhões (R$ 1,6 trilhão), enquanto as importações devem cair 6,6%, a US$ 204,9 bilhões (quase R$ 1,2 trilhão). O saldo comercial previsto para o ano, de US$ 79,4 bilhões, representaria uma alta de 30,1% em relação a 2021 se confirmado. A corrente de comércio, por sua vez, teria recuo de 2,1%, indo a US$ 489,2 bilhões (quase R$ 2,8 trilhões). Segundo Ferraz, os preços das commodities devem ficar em patamar um pouco mais baixo em 2022, mas a safra de grãos será recorde, de 291,1 milhões de toneladas. Para ele, haverá uma recuperação do setor de serviços e do mercado de trabalho. "Após forte recuperação em 2021, a economia global volta gradualmente à normalidade e esperamos taxas de crescimento mais próximas de níveis pré-pandemia", disse.

2021 foi um ano de recordes

O saldo comercial de 2021 foi o melhor da série histórica iniciada em 1989, embora tenha vindo abaixo do valor projetado pelo governo, de US$ 70,9 bilhões.

Em ano marcado por forte recuperação da atividade mundial após arrefecimento da pandemia de Covid-19 e aumento de preços das commodities, as exportações brasileiras também registraram recorde, totalizando US$ 280,4 bilhões (quase R$ 1,6 trilhão), melhor resultado da série histórica e 34% acima de 2020. Nas vendas ao exterior, o dado foi impulsionado por um crescimento médio de 28,3% nos preços e 3,5% nas quantidades comercializadas. As exportações foram impulsionadas por saltos de 62,4% no valor das vendas da indústria extrativa, 26,3% da indústria de transformação e 22,2% da agropecuária.

No recorte por destino, a China representou 32% da participação nas exportações brasileiras, crescimento de 28% nas médias diárias do ano. Com uma alta de 44,9%, as vendas aos Estados Unidos representaram 11,1% do total exportado no ano. Houve ainda crescimento de 50% nas vendas para a América do Sul (12,1% de participação) e de 29,4% para a Europa (17,2% de participação).

O secretário de Comércio Exterior explicou que houve discrepância nas projeções do governo para o dado de 2021 por causa de uma surpresa pelo lado das importações, que encerraram o ano com volume 4,4% acima do esperado. Por isso, segundo ele, houve uma diferença mais expressiva entre a previsão e o dado final para a balança do ano.

Apenas em dezembro as importações somaram US$ 20,4 bilhões (R$ 114,85 bilhões), alta de 24,4% sobre o mesmo mês de 2020, enquanto as exportações totalizaram US$ 24,4 bilhões (quase R$ 137,4 bilhões), 26,3% acima do observado na mesma base de comparação. Assim, o saldo comercial ficou positivo em US$ 3,9 bilhões (quase R$ 22 bilhões) no mês passado, melhor do que as projeções de mercado.

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