Bolsa sustenta alta com impulso de Vale e petroleiras

Dólar perde força com redução da expectativa de elevação mais rápida de juros nos EUA

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São Paulo

A Bolsa de Valores brasileira teve o seu segundo dia de recuperação nesta sexta-feira (7), após a forte queda da última quarta-feira (5) devido à expectativa de aceleração do aperto monetário nos Estados Unidos, revelada pela ata da última reunião do Fed (Federal Reserve, o banco central americano).

O Ibovespa, índice de referência do mercado acionário do país, subiu 1,14%, a 102.719 pontos. A expectativa de valorizações do petróleo e do minério de ferro, matérias-primas produzidas por algumas das principais empresas do mercado acionário do país, foi a principal responsável pelo resultado positivo. Na primeira semana de 2022, porém, a Bolsa fechou negativa em 2,01%.

Já o dólar caiu 0,22%, a R$ 5,6970. Dados frustrantes sobre a criação de empregos no mercado de trabalho americano direcionaram a queda do dólar, além de colaborarem com a alta da Bolsa nesta sexta.

Mulher passa diante da sede da Bolsa de Valores, em São Paulo (SP) - Rahel Patrasso/Xinhua - 22.dez.2021

O Departamento do Trabalho dos EUA informou nesta sexta que o saldo de criação de empregos urbanos no país ficou positivo em 199 mil vagas. O resultado ficou bem abaixo da expectativa de 400 mil postos, de acordo com pesquisa da Reuters.

Um cenário de pleno emprego é considerado por analistas como o principal fator para que a autoridade monetária americana encerre o seu programa de estímulos à economia, o principal responsável para os índices de ações americanos terem registrado ganhos recordes em 2021.

Esse pacote de ajuda, criado para manter a economia aquecida durante a pandemia, é composto por um programa bilionário de compras de títulos e pela manutenção dos juros da economia perto de zero.

A ata da última reunião do Fed, realizada em dezembro, revelou que os formuladores da política monetária americana acham que a retirada desses estímulos, que já havia começado com o afilamento das compras de ativos, precisa ser acelerada para frear a alta da inflação no país.

"As expectativas estão voltadas para uma possível reação do Fed a esses dados. Um mercado de trabalho americano forte pode acelerar ainda mais a retirada de estímulos", disseram analistas da Ativa Investimentos, em nota.

Ainda que os dados do emprego indiquem que o aperto monetário não será tão rápido, o mercado de ações americano fechou em baixa. Os índices Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq cederam 0,01%, 0,41% e 0,96%, respectivamente.

Na sessão desta sexta na Bolsa brasileira, a Petrobras subiu 0,46%, acompanhando a alta do petróleo no mercado internacional. "Além disso, houve a reafirmação de venda de 100% da participação da estatal na Braskem", destacou Alexsandro Nishimura, economista e sócio da BRA.

As petroleiras privadas 3R Petroleum e PetroRio, que subiram 6,88% e 4,54%, figuraram entre as principais altas do dia.

A valorização do petróleo vem ganhando fôlego com as crises no Cazaquistão e na Líbia, que ameaçam a oferta da produção desses países, segundo Nishimura.

O barril do petróleo tipo Brent, referência mundial, teve quatro valorizações nesta semana, quando acumulou uma alta de 5%. No dia, porém, a commodity teve leve recuo de 0,28%, fechando a US$ 81,76 (R$ 463,96).

As ações das mineradoras também refletiram o avanço no preço do minério de ferro negociado em Qingdao, na China.

A Vale fechou em alta de 5,82%, dando a principal contribuição para a alta do Ibovespa. A Usiminas subiu 4,78%, também impulsionada pela expectativa de aumento do consumo de aço pela China.

Curvas futuras de juros em alta colaboraram para as altas no setor bancário. O Banco Inter subiu 15,46%, a maior alta do pregão.

Ainda no setor bancário, o Bradesco subiu 1,45%, e o Itaú, 2,21%. Ambos ficaram entre as ações que, devido ao volume de negociações, tiveram maiores participações nos ganhos do Ibovespa nesta sessão.

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