Descrição de chapéu inflação juros

Brainard, do Fed, está pronta para subir juros após reduzir compras de títulos

Diretora do banco central dos EUA afirma que atual onda de inflação deve persistir pelos próximos dois trimestres

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Jonnelle Marte
Nova York | Reuters

A diretora do Federal Reserve Lael Brainard afirmou nesta quinta-feira (13) que o banco central dos Estados Unidos está em posição de iniciar o que poderiam vir a ser várias altas nos juros neste ano assim que concluir seu programa de compra de títulos, previsto para março.

"O comitê [de definição de política monetária do ​Fed] projetou vários aumentos [dos juros] ao longo do ano", disse Brainard em depoimento perante o Comitê Bancário do Senado.

"É claro que estaremos em condições de fazer isso acho que assim que nossas compras forem encerradas, e simplesmente teremos que ver o que os dados exigem ao longo do ano, e vocês sabem que começamos a discutir a redução de nossos balanço", afirmou ela.

Lael Brainard participa de audiência no Senado dos EUA - Elizabeth Frantz - 13.jan.2022/Reuters

Brainard também disse esperar que a atual onda de inflação alta persista nos próximos dois trimestres. Seus comentários vieram em resposta à pergunta de um senador durante sua audiência de confirmação de nomeação para vice-chair do Fed.

A diretora, porém, afirmou que está confiante de que o banco central será capaz de conter a taxa de inflação, atualmente mais de duas vezes superior à meta do Fed, e que, por sua vez, permitirá que o mercado de trabalho recupere toda a força.

"Estamos tomando ações na frente da política monetária que, acredito, reduzirão a inflação e, ao mesmo tempo, continuaremos a permitir que o mercado de trabalho volte à força total ao longo do tempo", disse Brainard.

"Então, vamos alcançar esse pleno emprego sustentável enquanto reduzimos a inflação para 2%."

O banco central, no final do ano passado, começou a reduzir suas compras de Treasuries e títulos lastreados em hipotecas e está a caminho de concluir esse processo em março.

A ata da última reunião de política monetária do Fed de 2021 indicou que as autoridades estavam cada vez mais ansiosas para lidar com a taxa de inflação, que está mais de duas vezes acima da meta anual flexível de 2%.

Várias autoridades do Fed, desde então, defenderam publicamente que os aumentos da taxa de juros começassem na reunião de política monetária de 15 a 16 de março. Brainard pareceu sinalizar que está pronta para agir sobre os juros imediatamente após a conclusão da redução da compra de títulos.

O banco central reduziu sua taxa de juros de referência para quase zero em março de 2020 e lançou um programa de compra de ativos em larga escala para proteger a economia do golpe causado pelo início da pandemia de coronavírus.

Na terça-feira, em sua audiência de confirmação perante o mesmo grupo de senadores para um segundo mandato como chefe do Fed, Jerome Powell disse que a economia não precisa mais de um apoio tão amplo.

Diretora diz não ter sugerido testes de estresse com foco no clima

Brainard também disse nesta quinta-feira que não sugeriu que o banco central norte-americano usasse testes de estresse para avaliar a exposição das instituições financeiras às mudanças climáticas, acrescentando que as autoridades não devem dizer aos bancos para quais setores eles podem ou não emprestar.

A diretora afirmou que é importante que o Fed entenda os potenciais riscos para o sistema financeiro e que ela está mais preocupada com a capacidade das grandes instituições financeiras de gerenciar seus "riscos materiais".

Jerome Powell disse na terça-feira que vê os testes de cenários de estresse climático como uma "ferramenta-chave no futuro" para garantir que os principais bancos norte-americanos estejam cientes dos riscos que estão assumindo em relação às mudanças climáticas globais, que podem impactar sua força e estabilidade financeiras.

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