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Crescimento da produção na China cai em janeiro, com demanda afetada pela Covid-19

Economia do país começou a perder força no ano passado por problemas no setor imobiliário e ômicron

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Pequim | Reuters

O crescimento da atividade fabril da China desacelerou em janeiro, com o ressurgimento de casos de Covid-19 e bloqueios rígidos atingindo a produção e a demanda, mas a leve expansão ofereceu alguns sinais de resiliência à medida que a segunda maior economia do mundo entra em um provável ano novo turbulento.

O Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) oficial da indústria registrou 50,1 em janeiro, permanecendo acima da marca de 50 pontos que separa crescimento de contração, mas desacelerando de 50,3 em dezembro, mostraram dados do National Bureau of Statistics (NBS) no domingo.

Analistas esperavam que o PMI caísse para 50.

Surgimento de variantes mais infecciosas afeta economia da China; na foto, uma rua de Shanghai - Aly Song - 14.jan.2020/Reuters

Os resultados oficiais contrastaram com os de uma pesquisa privada feita principalmente com pequenos fabricantes nas regiões costeiras, que mostrou que a atividade caiu no ritmo mais rápido dos últimos 23 meses.

A economia da China começou forte no ano passado, recuperando-se de uma forte queda induzida pela pandemia, mas começou a perder força no verão, sobrecarregada por problemas de dívida no mercado imobiliário e medidas rígidas contra a pandemia de Covid-19 que afetaram a confiança e os gastos do consumidor.

O aumento dos custos das matérias-primas e a fraca demanda também corroeram as margens de lucro das empresas. Os lucros das empresas industriais cresceram em seu ritmo mais lento em dezembro em mais de um ano e meio.

Com a queda no setor imobiliário, que deve se arrastar pelo menos até o primeiro semestre deste ano, e o surgimento de variantes mais infecciosas do Covid-19, o Banco Central da China começou a cortar as taxas de juros e injetar mais dinheiro no sistema financeiro para reduzir os custos de empréstimos. Outras medidas modestas de flexibilização são esperadas nas próximas semanas.

Medidas de estabilidade deverão ser o principal tema do congresso do Partido Comunista que acontece um vez a cada cinco anos e está marcado para esse 2022, com os formuladores de políticas buscando evitar uma desaceleração mais acentuada que poderia prejudicar a criação de empregos.

No entanto, flexibilização traz riscos, já que outros bancos centrais globais, como o Federal Reserve, dos EUA, estão se preparando para aumentar as taxas de juros, o que poderia estimular saídas de capital potencialmente desestabilizadoras de mercados emergentes como a China.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) reduziu na quarta-feira (26) sua previsão de crescimento da China em 2022 para 4,8%, de 5,6% anteriormente, refletindo os problemas imobiliários e o impacto no consumo das restrições rígidas do Covid-19.

"A atividade industrial desacelerou devido à fraca demanda doméstica ", disse Zhang Zhiwei, economista-chefe da Pinpoint Asset Management. "O setor de serviços também é afetado negativamente pelos surtos em muitas cidades."

"O PMI fraco indica que as medidas de flexibilização da política do governo ainda não foram passadas para a economia real. Esperamos que o governo intensifique o apoio à política nos próximos meses, principalmente por meio de mais gastos fiscais".

Um subíndice no PMI oficial para produção ficou em 50,9, abaixo dos 51,4 em dezembro, enquanto os novos pedidos caíram para 49,3, de 49,7.

Embora os novos casos de Covid-19 na China tenham sido baixos em comparação com muitos outros países, uma onda de infecções desde o final de dezembro no centro de fabricação de Xian forçou muitos fabricantes de automóveis e chips a encerrar as operações. A produção voltou gradualmente ao normal à medida que a cidade emergia de um bloqueio.

A produção em Tianjin, que lutou contra um surto da variante ômicron altamente transmissível, também foi afetada.

Ao mesmo tempo, o governo está tentando limitar os níveis de poluição do ar industrial antes dos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim, que começam na sexta-feira (4). A China disse às siderúrgicas nas regiões do norte para cortar a produção até meados de março.

Uma pesquisa sobre o amplo setor de serviços da China também mostrou desaceleração do crescimento em janeiro, à medida que as medidas de contenção de vírus atingem o sentimento do consumidor.

O PMI composto oficial da China, que combinou manufatura e serviços, ficou em 50,1 em janeiro, em comparação com 52,2 em dezembro. A economia da China cresceu 4,0% no quarto trimestre em relação ao ano anterior, sua expansão mais fraca em um ano e meio.

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