Descrição de chapéu Folhainvest

Fundo Verde de Luis Stuhlberger marca segunda rentabilidade negativa de sua história em 2021

Gestores reconhecem falha em proteger carteira da queda da Bolsa local

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São Paulo

Em um ano de intensa volatilidade para os preços dos ativos financeiros no mercado local, o fundo multimercado Verde, do gestor Luis Stuhlberger, encerrou 2021 com uma rentabilidade negativa de 1,13%, contra os ganhos de 4,40% do CDI no mesmo período.

Tendo iniciado as atividades em 1997, a única vez em que o fundo havia fechado um ano no vermelho foi em 2008, quando recuou 6,4%, na esteira da crise do "subprime" no mercado imobiliário norte-americano.

No acumulado dos 25 anos do fundo, a rentabilidade entregue aos investidores, até dezembro passado, é de 18.390%, ante 2.325% do CDI em igual intervalo.

Na carta de gestão referente ao desempenho dos últimos 12 meses, os gestores do Verde reconhecem que os resultados —que os deixaram "frustrados"— decorreram em grande medida das perdas na carteira de ações brasileiras.

Gestor do fundo Verde, Luis Stuhlberger - Anna Carolina Negri - 3.fev.2016/Valor/Agência O Globo

"Durante toda sua história, o fundo passou por outros momentos difíceis para o mercado acionário, e conseguimos defender as perdas com posições de hedge [proteção] em mercados de juros e/ou câmbio. Este foi nosso principal erro de gestão em 2021: não conseguir defender a enorme deterioração do mercado de ações brasileiro", dizem os especialistas.

O fundo manteve uma exposição média comprada na Bolsa brasileira em torno de 27% no ano passado, e teve uma perda nessa carteira em torno de 21% no período. O Ibovespa, principal índice acionário do mercado local, encerrou 2021 com queda de 11,9%.

Os gestores do Verde afirmam ainda que foram surpreendidos pelo rompimento do teto de gastos pelo governo no final do ano passado, o que levou as taxas de juros de longo prazo no país para níveis acima de 12%, contratando uma recessão para 2022 e afetando as taxas de desconto exigidas para qualquer ativo de risco.

"Não acreditávamos na implosão do teto e no Brasil caminhando para uma taxa de juro real substancialmente acima de níveis de equilíbrio."

Apesar das perdas recentes, para 2022, o fundo capitaneado por Stuhlberger segue com uma posição relevante, próxima de 27,5% do portfólio (dos quais 23.5% no mercado local), alocada em ações.

O fundo tem também posições que irão se beneficiar de um movimento de aumento dos juros nos Estados Unidos e na Europa, com pequenas exposições compradas na moeda russa rublo e no petróleo.

"O ano de 2022 começa com muitas incertezas, seja no cenário externo, onde vislumbramos o início de um crucial processo de aperto de política monetária nos EUA; seja no cenário interno, onde temos uma eleição presidencial e toda complexidade que isso envolve, em meio a uma forte desaceleração da economia."

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