Governo estuda criação de mercado de carbono envolvendo setor elétrico

Com predominância de fontes renováveis e de baixa emissão, setor tem potencial de oferta de créditos

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Letícia Fucuchima
São Paulo | Reuters

O Ministério de Minas e Energia propôs nesta sexta-feira (21) uma série de diretrizes para criar um mercado de carbono envolvendo o setor elétrico brasileiro, que tem potencial para se tornar um importante ofertante de créditos devido à predominância de fontes de geração renováveis e de baixa emissão de gases estufa.

A proposta do governo cumpre uma exigência da Lei 14.120/2021, que pôs um fim aos subsídios das fontes renováveis mas obrigou a implementação de mecanismos que valorassem os "benefícios ambientais" do setor elétrico.

Em relatório divulgado nesta sexta-feira, o governo apontou algumas possibilidades de como se precificar esses benefícios ambientais, sendo o mercado de créditos de carbono a principal opção.

Trabalhar usa maçarico e, ao fundo, chaminés soltam fumaça
Trabalhador próximo a termelétrica movida a carvão na China - Greg Baker/AFP

Na análise do governo, encomendada à Empresa de Pesquisa Energética, o mercado de carbono será melhor aproveitado num escopo multissetorial do que se ficar restrito ao setor elétrico. Isso porque, como o setor já tem elevada participação de geração renovável na matriz, haveria muito mais oferta de créditos do que demanda, gerando tendência de baixa do preço do certificado e pouco incentivo à redução de emissões.

"Ao se considerar esse potencial papel de 'vendedor' ou 'ofertante' de créditos de carbono em um mercado mais amplo, o setor elétrico brasileiro como um todo se beneficiaria de mecanismos de mercado de carbono intersetoriais ou abrangentes e, principalmente, mecanismos internacionais", afirma o documento.

O governo sugeriu ainda a criação de um mercado de carbono regulado, no formato de um SCE (Sistema de Comércio de Emissões), similar à empregada no programa Renovabio, do setor de biocombustíveis.

O relatório foi formulado após debates e workshops organizados pela EPE com associações, empresas e especialistas em energia, instituições financeiras e agentes do setor produtivo durante o ano passado.

A proposta do governo fica em consulta pública até o dia 7 de fevereiro.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.