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New York Times compra site de informações esportivas The Athletic por US$ 550 milhões

Aquisição é mais uma medida do jornal para diversificar e rejuvenescer seu público

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Anna Nicolaou Sara Germano James Fontanella-Khan
Nova York | Financial Times

O jornal The New York Times concordou em comprar o site de informações esportivas The Athletic por US$ 550 milhões (R$ 3,1 bilhões), segundo pessoas familiarizadas com o assunto. É a maior aquisição do jornal em quase três décadas, enquanto corre para conquistar assinantes.

A aquisição trará 1,2 milhão de assinantes digitais do The Athletic para o New York Times, ajudando sua executiva-chefe, Meredith Levien, a atingir a meta da empresa de 10 milhões de assinantes até 2025. No final do terceiro trimestre, o grupo registrou 8,3 milhões de assinaturas.

O The Athletic, com sede em San Francisco, foi fundado em 2016, contratando centenas de jornalistas esportivos, principalmente de jornais locais, dedicados em tempo integral a reportagens sobre times profissionais e universitários dos Estados Unidos e do Reino Unido.

Prédio do The New York Times na cidade de Nova York, - Angela Weiss - 30.jun.20/AFP

Alex Mather, um dos cofundadores do Athletic, disse ao New York Times em 2017: "Vamos esperar todos os jornais locais fecharem e deixá-los sangrar continuamente até que sejamos os últimos de pé".

Não está claro como o The Athletic pode coexistir com a seção de esportes do New York Times, que emprega cerca de 35 repórteres e editores, segundo pessoas com conhecimento do assunto. Membros da editoria de esportes do jornal não tinham sido informados sobre a aquisição até a manhã desta quinta-feira (6).

O The Athletic, que está dando prejuízo, inicialmente pediu até US$ 800 milhões (R$ 4,5 bilhões) pela venda, preço que vários interessados consideraram alto demais.

Ainda assim, o preço de US$ 550 milhões atribui um valor maior a The Athletic que a outros grupos de mídia digital vendidos recentemente. O negócio deu ao Athletic sete vezes o valor de sua receita, que teria sido de US$ 77 milhões (R$ 436 milhões) em 2021. Axel Springer adquiriu no ano passado o Politico por cerca de US$ 1 bilhão (R$ 5,68 bilhões), o que representa cerca de cinco vezes sua receita anual. Em uma recente arrecadação de fundos, o Axios foi avaliado em US$ 430 milhões (R$ 2,4 bilhões), também cinco vezes sua receita anual.

O New York Times fez outras aquisições recentemente, incluindo a do site de análise de produtos Wirecutter em 2016, na qual gastou US$ 30 milhões (R$ 171 milhões). Em 2020, a empresa comprou a Serial Productions, grupo por trás do podcast de mesmo nome, por US$ 25 milhões (R$ 142,6 milhões). Mas esta é a maior aquisição do jornal desde a compra do Boston Globe em 1993, segundo dados da Sentieo.

O New York Times construiu, nos últimos anos, a maior base de assinantes de notícias online do mundo, ajudado pelo ciclo frenético de informações durante o governo Trump, bem como pelo aumento das assinaturas de seus produtos de culinária e jogos.

No ano passado, quando perguntado sobre as negociações com The Athletic, Levien disse: "Somos totalmente abertos a usar o balanço e, francamente, preferimos usar o balanço para acelerar nossa estratégia. E avaliaremos continuamente as oportunidades para fazer isso".

O site The Information foi o primeiro a noticiar o negócio. The New York Times e The Athletic não responderam a pedidos de comentários.

Tradução de Luiz Roberto M. Gonçalves

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