Descrição de chapéu Financial Times

Sony compra Bungie por US$ 3,6 bilhões

Negócio ocorre menos de duas semanas depois da Microsoft adquirir outra fabricante de games

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Nikou Asgari
Nova York | Financial Times

A Sony está comprando a desenvolvedora de videogames Bungie por US$ 3,6 bilhões (R$ 19 bilhões), marcando o mais recente acordo em uma onda de consolidação que varreu o setor de jogos este mês.

A aquisição pela proprietária do PlayStation da empresa por trás da franquia Halo ocorre menos de duas semanas depois que a Microsoft, fabricante do Xbox, concordou em comprar a desenvolvedora de videogames Activision Blizzard por US$ 75 bilhões (R$ 397 bilhões), seu maior negócio de todos os tempos e que reflete como os grupos de tecnologia e entretenimento buscam dominar o setor.

Caixa de videogame PS5, branca com detalhes em preto
Caixa do PlayStation 5, console mais novo lançado pela Sony - Charly Triballeau/AFP

A Bungie, empresa de 31 anos com sede no estado americano de Washington, é a força motriz por trás das franquias de sucesso Halo e Destiny. O acordo deve aumentar a concorrência entre as ofertas de games da Sony e da Microsoft, que gastam para capitalizar a demanda e explorar oportunidades no metaverso, o universo virtual que muitas empresas de tecnologia estão visando como novo negócio.

A Bungie foi comprada pela Microsoft em 2000 e depois desmembrada em 2007, com a gigante do software mantendo os direitos da franquia Halo. Desde então, cresceu para mais de 900 funcionários e pretende abrir um escritório em Amsterdã este ano.

"Tanto a Bungie quanto a Sony acreditam que os mundos dos jogos são apenas o início do que se tornará nosso IP", disse Pete Parsons, executivo-chefe da Bungie. "Nossos universos originais têm imenso potencial e, com o apoio da Sony, vamos impulsionar a Bungie a ser uma empresa global de entretenimento multimídia."

A Bungie enfatizou que continuará sendo um estúdio independente cujos jogos não se limitarão ao console PlayStation, dizendo que a maior mudança será "uma aceleração na contratação de talentos em todo o estúdio para apoiar nossa visão ambiciosa".

Pessoa fantasiada de soldado, com arma grande na mão e fundo de cidade em chamas
Visitante da feira Comic Con, em San Diego, na Califórnia, faz cosplay de personagem do jogo Halo, da Bungie - Chris Delmas/AFP

As ações da Sony subiram 4,5% nas negociações à tarde em Nova York.

Pelham Smithers, um analista independente, chamou a aquisição de um movimento defensivo que dará vantagem à Sony caso a Microsoft tente tornar um título da Activision, como Call of Duty, exclusivo do console Xbox. Nesse caso, disse ele, a Sony poderia ameaçar tornar Destiny 3 um game exclusivo para PlayStation.

"É uma destruição mutuamente assegurada", disse ele.

O mês de janeiro teve mais negócios de games do que toda a década anterior combinada, de acordo com a Dealogic, começando pela Take-Two Interactive, fabricante do jogo Grand Theft Auto, que pagou US$ 12,7 bilhões (R$ 67,3 bilhões) pela especialista em games para celular Zynga, fabricante de FarmVille e Words with Friends.

A Bungie chamou a Sony de "um parceiro que nos apoia incondicionalmente em tudo o que somos".
"Continuamos no comando de nosso destino", disse a Bungie em seu site. "Nossos jogos continuarão onde nossa comunidade está, onde quer que eles queiram jogar."

Tradução de Luiz Roberto M. Gonçalves

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