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Dólar cai e Bolsa sobe em nova sessão positiva para o Brasil

Investimentos atrativos a estrangeiros impulsionam negócios

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São Paulo

Bolsa e dólar voltaram a refletir o momento favorável ao mercado brasileiro nesta terça (1º), enquanto investidores buscam lucros em um ambiente de negócios com juros mais altos no Brasil e nos Estados Unidos.

Depois de ter alcançado na véspera a maior alta mensal em mais de um ano, o Ibovespa subiu 0,97%, a 113.228 pontos nesta terça. O dólar caiu 0,62%, a R$ 5,27​40. A divisa americana segue com a menor cotação em quatro meses.

Homem aponta para quadro com índices negociados na Bolsa de Valores, em São Paulo (SP) - Amanda Perobelli - 28.out.2021/Reuters

Dúvidas sobre quanto e em qual velocidade os juros nos Estados Unidos irão subir até que a inflação no país esteja controlada estão movimentando os mercados. Enquanto aguardam estabilidade por lá, estrangeiros buscam ações brasileiras baratas, além dos investimentos em renda fixa com retorno generoso devido à crescente taxa de juros doméstica. Esse movimento aumenta a oferta de dólares no país e explica, em grande parte, a valorização do real.

"A queda do dólar pode ser explicada por dois motivos. O primeiro é a alta dos juros, com o Banco Central com um discurso cada vez mais hawkish [favorável ao aperto monetário agressivo]. O segundo é o aumento do fluxo de investidores estrangeiros na Bolsa", diz Fernanda Consorte, economista-chefe do Banco Ourinvest.

Consorte destaca que investidores internacionais podem já estar considerando a melhora do cenário político e econômico brasileiro ao final das eleições. Ela destaca, porém, que a cotação do dólar segue "muito alta".

Analistas avaliam que a queda do dólar poderá ganhar força nesta quarta (2), quando o Banco Central do Brasil deverá aumentar a taxa Selic em 1,5 ponto percentual, para 10,75% ao ano.

Quanto aos juros americanos, há apenas consenso de que o aperto monetário deve começar em março. Inicialmente havia a expectativa de três elevações da taxa ao longo de 2022. Agora, analistas falam em quatro ou cinco ajustes.

Os juros americanos estão praticamente zerados desde o início da pandemia, medida adotada pelo Fed (Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos) para evitar um esfriamento brusco da economia em meio às medidas de restrição de circulação para a contenção da Covid-19.

Patrick Harker, presidente do Fed da Filadélfia, disse nesta terça que podem ser apropriados quatro aumentos. "No momento, acho que quatro aumentos de 25 pontos-base neste ano são apropriados", disse Harker durante entrevista à Bloomberg. Ele ressaltou, porém, que o descontrole da inflação pode exigir medidas mais rigorosas.

Bolsas americanas tiveram um fechamento diário positivo nesta segunda, embora o resultado mensal tenha sido negativo. O S&P 500, principal índice de ações dos EUA, fechou janeiro em queda de 5,3%, seu pior desempenho mensal desde março de 2020, destacou Lucas Collazo, especialista em investimentos da Rico.

Na sessão desta terça, os índices Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq subiram 0,78%, 0,69% e 0,75%, respectivamente. Após um pregão com certa volatilidade, balanços positivos de grandes empresas como Alphabet, dona do Google, e Exxon Mobil animaram o mercado.

Para Nicolas Borsoi, economista-chefe da Nova Futura, a acomodação das taxas de juros e os resultados positivos do quarto trimestre da maioria das empresas listadas em Nova York podem ajudar na recuperação das bolsas pelo globo.

Paloma Brum, analista da Toro Investimentos, afirma, porém, que a alta dos juros nos EUA ainda poderá ser um empecilho para o desempenho do real e de outras moedas de mercados emergentes "com uma saída de capital rumo [aos títulos soberanos norte-americanos], considerados os mais seguros do mundo, [que estariam] remunerando mais".

A alta do petróleo segue como um dos principais itens de pressão sobre a inflação global e, consequentemente, quanto à necessidade de elevação dos juros.

A Rússia, uma das grandes produtoras globais, posiciona tropas para, na avaliação de potências ocidentais, preparar uma invasão a territórios da Ucrânia.

O presidente russo Vladimir Putin afirmou nesta terça que os Estados Unidos e a Otan (aliança militar ocidental) ignoraram suas demandas para encontrar estabilidade no Leste Europeu e acusou o Ocidente de arriscar uma guerra.

O barril do petróleo Brent recuava 1,97% no final desta terça, a US$ 89,41 (R$ 471,29). Especulações de que a Opep (organização dos países exportadores) pode aumentar a produção impediram uma nova alta. A commodity segue na maior cotação em mais de sete anos.

Entre os destaques da Bolsa desta terça, as ações da Petrobras subiram 2% em meio à estabilização dos preços do petróleo em um patamar elevado.

A Vale subiu 5,5%, maior alta desde 7 de janeiro. Siderúrgicas também subiram. A CSN ganhou 5,1%. A Usiminas avançou 3,9%.

Com Reuters

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