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Mercado eleva projeção para Selic a 12,25% neste ano e vê inflação mais alta

Pesquisa do Ministério da Economia aponta melhora nas projeções para déficit fiscal e dívida bruta do governo

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Bernardo Caram Camila Moreira
Brasília e São Paulo | Reuters

O mercado elevou a perspectiva para a taxa básica de juros ao final de 2022, depois de o Banco Central ter deixado em aberto o rumo da Selic e em meio à pressão inflacionária, ao mesmo tempo em que voltou a aumentar a projeção para a alta dos preços.

A pesquisa Focus divulgada pelo BC nesta segunda-feira (14) mostrou que os economistas consultados passaram a calcular a Selic agora a 12,25% no fim de 2022, contra taxa de 11,75% prevista na semana anterior. Para 2023 segue estimativa de Selic a 8,0%

O BC elevou a Selic em 1,5 ponto percentual pela terceira vez consecutiva no início do mês, a 10,75% ao ano, indicando uma redução no ritmo de ajuste na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), em março.

Servidores fazem protesto com boneco retratando Paulo Guedes segurando dólares
Servidores fazem protesto com boneco retratando Paulo Guedes segurando dólares - Pedro Ladeira - 18.jan.22/Folhapress

Na semana passada, a ata do encontro mostrou preocupação da autoridade monetária com a adoção de políticas fiscais que buscam controlar a inflação no curto prazo, em documento interpretado por parte do mercado como duro, embora não tenha avançado em informações sobre o percentual de aperto monetário que será adotado na próxima reunião do colegiado.

O Focus apontou ainda que a expectativa para a alta do IPCA este ano aumentou em 0,06 ponto percentual, indo a 5,5%, enquanto, para o ano que vem, segue em 3,5%.

O centro da meta oficial para a inflação em 2022 é de 3,5% e para 2023 é de 3,25%, sempre com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.

A inflação ao consumidor no Brasil iniciou 2022 em desaceleração mas com a maior taxa para o mês de janeiro em seis anos, de 0,54%, indo a 10,38% no acumulado em 12 meses.

Para o Produto Interno Bruto (PIB), a estimativa de crescimento seguiu em 0,3% para 2022, mas caiu a 1,5% em 2023, de 1,53% antes.

ALÍVIO NA DÍVIDA DO GOVERNO

Por outro lado, o mercado financeiro melhorou a projeção para o resultado primário das contas do governo federal em 2022, com estimativa também mais positiva para a dívida bruta no ano, mostrou relatório Prisma Fiscal divulgado nesta segunda-feira pelo Ministério da Economia.

De acordo com o documento, que coleta projeções com agentes de mercado sobre dados referentes às contas públicas, a expectativa para o resultado primário do governo central neste ano ficou em déficit de R$ 74 bilhões de reais, ante rombo de R$ 88,7 bilhões projetado para o mesmo período no levantamento de janeiro. Em dezembro, a estimativa estava em R$ 95,5 bilhões.

O dado reflete uma melhora nas projeções para a receita líquida do governo neste ano, com ampliação de R$ 1,64 trilhão no relatório anterior para R$ 1,65 trilhão de reais na pesquisa deste mês. Houve aumento, em menor proporção, na estimativa da despesa total do governo, de R$ 1,72 trilhão para R$ 1,73 trilhão.

Os analistas consultados pela pasta reduziram a expectativa para a dívida bruta do governo geral em 2022 para 83,55% do Produto Interno Bruto (PIB), ante 84% na pesquisa de janeiro.

Para 2023, as projeções de mercado indicam déficit primário de R$ 58,3 bilhões no governo central, ante R$ 52,6 bilhões na estimativa trazida pelo relatório anterior. A dívida bruta no ano que vem, segundo os prognósticos, deve ficar em 86% do PIB, ante 86,2% previstos no mês passado.

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