New York Times atinge meta de 10 milhões de assinantes, com aquisição do The Athletic

Aquisição do site de esportes ajudou companhia a atingir sua meta dois anos antes

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Marc Tracy
Nova York | The New York Times

A The New York Times Co. atingiu sua meta de 10 milhões de assinaturas com antecedência, anunciou a companhia na quarta-feira, ajudada substancialmente pelo 1,2 milhão de assinantes que adicionou ao adquirir o site de notícias esportivas The Athletic.

A transação de US$ 550 milhões (R$ 2,8 bilhões) para tomar o controle do The Athletic, anunciada no mês passado, foi concluída na terça-feira (1º), a empresa anunciou.

Nos três meses finais de 2021, antes da aquisição do The Athletic, o The New York Times ampliou seu número de assinantes digitais em 375 mil, informou a empresa em seu anúncio de resultados trimestrais.

As novas assinaturas incluem 171 mil para seu app de notícias, o que significa que a maioria dos novos assinantes foi conquistada pelas outras ofertas digitais da empresa: o app Games, que inclui palavras cruzadas; o app de receitas Cooking; o site de recomendação de produtos Wirecutter; e o Audm, que produz versões em áudio de jornalismo baseado em textos.

Prédio do New York Times em Manhattan, Nova York - Shannon Stapleton - 3.ago.2020/Reuters

Pela última semana de dezembro, o The New York Times tinha quase 8,8 milhões de assinaturas. Delas, 5,9 milhões eram para o aplicativo de notícias, mais de 2 milhões para outros produtos digitais, e um pouco menos de 800 mil para a versão em papel do jornal.

O The New York Times também anunciou uma nova meta na quarta-feira (2): vai buscar atingir a marca dos 15 milhões de assinantes pelo final de 2027.

Um assinante pode responder por mais de uma assinatura. O indicador quanto ao número total de assinantes, que será incluído no próximo anúncio de resultados da The New York Times Co., reflete o desejo da empresa de comercializar diversas assinaturas digitais e se tornar um ponto de compra único para atender não só à necessidade de notícias mas a outras necessidades e diversões.

Meredith Kopit Levien, presidente e presidente-executiva da The New York Times Co, anunciou em comunicado que os executivos da empresa acreditam que existam "pelo menos 135 milhões" de potenciais assinantes nos Estados Unidos e em todo o mundo –adultos que "pagam ou estão dispostos a pagar por uma ou mais assinaturas de serviços de notícias, cobertura esportiva, jogos, receitas e informações confiáveis sobre compras, em língua inglesa".

O The New York Times havia estabelecido sua meta anterior, de 10 milhões de assinaturas até 2025, três anos atrás, quando tinha 4,3 milhões de assinantes. Com o crescimento continuado das assinaturas para o aplicativo de notícias do The New York Times e os aplicativos Games e Cooking cada qual ultrapassando o milhão de assinantes, e tornou aparente que a empresa atingiria a meta com antecedência.

Então, no mês passado, o The New York Times anunciou a aquisição do The Athletic, cujos 400 jornalistas cobrem mais de 200 equipes esportivas nos Estados Unidos, Reino Unido e Europa, em uma transação realizada integralmente em dinheiro e avaliada em US$ 550 milhões. A The New York Times Co. anunciou na quarta-feira que a aquisição havia sido financiada por "reservas de caixa", o que significa que não tomou dinheiro empestado para realizar o negócio.

Além de concluir a aquisição do The Athletic, o The New York Times anunciou esta semana que estava adquirindo o serviço Wordle, de jogos online, que será adicionado ao aplicativo Games (e continuará gratuito, pelo menos inicialmente).

Para o quarto trimestre de 2021, a empresa reportou lucro operacional ajustado de US$ 109,3 milhões (R$ 568,3 milhões), uma alta de 12% ante o período em 2020, e receita de US$ 594,2 milhões, alta de 16,7%. Os custos operacionais cresceram no mesmo ritmo, para US$ 500,1 milhões (R$ 2,6 bi). A receita com assinaturas subiu em 11,1%, para US$ 351,2 milhões (R$ 1,8 bilhão).

No ano, a receita cresceu em 16,3%, para US$ 2,1 bilhões (R$ 11,6 bi), o que fez de 2021 o primeiro ano com faturamento de US$ 2 bilhões (R$ 10,5 bi) para o The New York Times desde 2012. Os custos operacionais subiram em 12,2%, para US$ 1,8 bilhão. A receita com assinaturas cresceu em 13,9%, para US$ 1,4 bilhão (R$ 7,3 bi), e o ano também trouxe recuperação na publicidade, cuja receita subiu para US$ 497,5 milhões (R$ 2,6 bi), alta de 28,6% ante 2020, ainda que o total continue 6,2% abaixo do faturamento publicitário registrado em 2019, antes da pandemia.

A companhia anunciou que antecipa uma alta de 11% a 15% nas receitas com assinaturas do trimestre atual, que inclui dois meses com o The Athletic como parte do grupo. A The New York Times Co. anunciou que prevê que a receita de assinaturas digitais suba entre 23% e 28%, e que a receita publicitária cresça entre 17% e 21%. Os custos crescerão entre 18% e 22%, segundo a empresa.

O conselho da companhia elevou os dividendos em dois centavos por ação, para nove centavos de dólar, e autorizou uma recompra de ações de US$ 150 milhões (R$ 789 milhões). Embora a recompra só deva afetar ações Classe A, disponíveis para o público, o dividendo vai afetar tanto essas ações quanto as ações Classe B, controladas primariamente pela família Ochs-Sulzberger, que controla o The New York Times.

Tradução de Paulo Migliacci

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