Petróleo sobe rumo a máximas de 7 anos com queda de estoques nos EUA

Oferta global apertada e tensões geopolíticas aumentaram preços em 15% em 2022

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Julia Payne Ahmad Ghaddar Olesya Astakhova
Londres | Reuters

Os preços do petróleo subiam nesta quarta-feira (2) em direção a máximas de sete anos atingidas na semana passada, com uma queda nos estoques de petróleo dos EUA, confirmando forte demanda e oferta apertada.

O petróleo Brent subia US$ 0,01 (R$ 0,05), ou 0,01%, a US$ 89,17 (R$ 469) por barril, às 8:25 (horário de Brasília).

O petróleo dos Estados Unidos avançava US$ 0,12 (R$ 0,63), ou 0,14%, a US$ 88,32 (R$ 464) por barril.

A oferta global apertada e as tensões geopolíticas na Europa Oriental e no Oriente Médio aumentaram os preços do petróleo em cerca de 15% até agora este ano. Na sexta-feira (28), os benchmarks de petróleo atingiram seus preços mais altos desde outubro de 2014, com o Brent atingindo US$ 91,70 (R$ 482) e o petróleo dos EUA atingindo US$ 88,84 (R$ 467).

Bomba de petróleo em Midland, no Texas, EUA - Nick Oxford - 22.ago.2018/Reuters

"Acho que o aumento de 400 mil barris por dia [da Opep+] está precificado, o que, a julgar pelos números recentes de conformidade, será menor do que isso devido a restrições de produção", disse Tamas Varga, analista da PVM Oil Associates, acrescentando que o clima frio nos Estados Unidos também deve sustentar os preços.

Os estoques de petróleo dos EUA caíram 1,6 milhão de barris na semana encerrada em 28 de janeiro, contra a estimativa de analistas de um aumento de 1,5 milhão de barris, segundo fontes do mercado citando números do Instituto Americano de Petróleo na terça-feira (1º).

Mas os estoques de gasolina subiram 5,8 milhões de barris, acima das expectativas dos analistas para um aumento de 1,6 milhão de barris.

Opep+ mantém aumento planejado de produção apesar de alta dos preços, diz agência

A Opep+ decidiu nesta quarta-feira (2) manter aumentos moderados em sua produção de petróleo, disseram duas fontes do grupo, apesar da pressão dos principais consumidores por uma elevação maior na oferta depois que os preços da commodity atingiram máximas de sete anos.

A Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados liderados pela Rússia —um grupo conhecido como Opep+, que produz mais de 40% da oferta global de petróleo— enfrentaram pedidos dos Estados Unidos, Índia e outros para bombear mais petróleo à medida que as economias se recuperam da pandemia.

Mas a Opep+ manteve sua meta de aumentos mensais de 400 mil bpd (barris por dia) e justificou o aumento dos preços do petróleo pelo fracasso das nações consumidoras em garantir investimentos adequados em combustíveis fósseis à medida que mudam para energias mais verdes.

Várias fontes da Opep+ também disseram que os preços foram pressionados por tensões entre Rússia e EUA. Washington acusou Moscou de planejar invadir a Ucrânia, o que a Rússia nega.

Os aumentos na produção de petróleo são complicados pelo fato de que vários membros da Opep lutaram para cumprir as metas mensais atuais e não têm capacidade ociosa para aumentar ainda mais a produção.

Um relatório preparado para a reunião por especialistas da Opep+ e visto pela Reuters manteve a previsão de crescimento da demanda mundial de petróleo para 2022 inalterada em 4,2 milhões de bpd e disse que o consumo atingiria os níveis pré-pandemia no segundo semestre do ano.

A demanda por petróleo estava ligeiramente acima de 100 milhões de bpd em 2019, mas foi prejudicada pela pandemia em 2020.

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